O Chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Londres2012 defendeu hoje não ser um fiasco chegar ao fim sem medalhas, sublinhando que «ao contrário dos atletas, o país não consegue estar entre os 10 ou 12 melhores do Mundo».
«Pode não ser um fiasco mesmo sem medalhas. Se os atletas fizerem aqui a sua melhor prestação e só não conseguirem melhores resultados porque os outros foram manifestamente melhores, acho que pode não ser. O país, tal como todos nós, quer medalhas, queremos ganhar tudo. O país, infelizmente, ao contrário dos nossos atletas, não consegue estar entre os 10 ou 12 melhores do Mundo», afirmou Mário Santos.
Em conferência de imprensa na véspera da cerimónia de abertura, o responsável escusou-se a fazer previsões e lembrou que o Projeto Olímpico Londres2012 «determina que não há objetivos quantificados», mas sublinhou há «atletas que ao longo dos quatro anos de preparação conseguiram resultados de pódio, de final e de semifinalistas» e «nenhum participa por mera inscrição».
«É óbvio que não vimos única e exclusivamente para participar ou fazer parte de qualquer festa. Temos atletas com objetivos claros de confirmar e superar aquilo que foram os seus resultados durante os últimos quatro anos. Vimos com ambição, com os pés bem assentes na terra, mas com a ambição de os atletas que conseguiram resultados de medalha lutarem por essas medalhas e os que conseguiram resultado de final tentarem confirmar. É essa a lógica da preparação olímpica», explicou.
Mário Santos sublinhou que «nem todos vêm lutar por medalha, nem por finais», mas têm como objetivo o melhor resultado dos quatro anos de olimpíada e que, se o fizerem, saem de consciência tranquila: «Os resultados nos Jogos medem-se em medalhas, diplomas olímpicos, e semifinais. É essa a quantificação e pretendemos que os atletas venham aqui fazer isso».
«A maior parte dos que cá estão qualificaram-se entre os seis, os oito, os 10 ou os 16 melhores do mundo. Fazendo o paralelismo com o futebol, ao Europeu foram 16 equipas. Grande parte dos que aqui estão conseguiram uma classificação dessas e todos sabemos as dificuldades que tivemos [no Europeu]».
Por isso, garante que no final fará o balanço sob o ponto de vista das reais possibilidades da Missão e daquilo que se vier a atingir.
Questionado sobre a insistência no espírito de grupo que sempre tem manifestado, Mário Santos considerou tratar-se de algo fundamental, afirmando que houve a preocupação de estar sempre muito presente junto dos atletas e promover momentos de conhecimento entre eles.
«Temos de sentir máximo de apoio e isso tem de começar pelos atletas com quem convivem diariamente. É muito importante que, nestes dias de grande ansiedade e grande pressão, na Aldeia Olímpica, quando os nossos atletas se cruzem no elevador com outros atletas com os nossos símbolos, saibam quem eles são e sintam que estão ali a torcer por eles. Infelizmente isso nem sempre aconteceu», afirmou.
Sobre a cerimónia de abertura, Mário Santos disse ainda não saber quantos atletas portugueses vão estar presentes, uma vez que nem todos estão em Londres e outros começam a competir no dia seguinte, mas garantiu que o evento será menos extenuante, uma vez que a proximidade entre a Aldeia e o Estádio Olímpicos evita longas prolongadas deslocações em autocarros e o desfile será mais rápido, prevendo-se uma redução das quatro ou cinco horas habituais para apenas duas.
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