A sensacional medalha de ouro de Iúri Leitão e Rui Oliveira na prova de madison dos Jogos Olímpicos Paris2024 contrastou hoje com a desilusão que foi o sexto lugar de Fernando Pimenta no K1 1.000 metros.
Numa edição em que Fernando Pimenta e Pedro Pichardo, este no triplo salto, eram os grandes candidatos à conquista dos respetivos títulos olímpicos, Iúri Leitão é já o grande nome da comitiva lusa, ao juntar hoje o ouro, em madison, à prata conquistada na prova de omnium, na quinta-feira.
Longe de serem favoritos, Leitão e Oliveira deram hoje uma lição tática na corrida de madison, ao aguardarem pelos momentos finais para desferirem um potente ataque, logrando mesmo o título, à frente da Itália, líder durante a maior parte da prova e surpreendida nas últimas voltas pela dupla lusa.
"Tal como tínhamos treinado, as últimas 25 voltas foram completamente ‘full gas’. Foram cinco, seis minutos completamente no nosso limite. Não tínhamos intenção alguma de olhar para trás. Nem sequer se tivéssemos alguém na nossa roda. Nós tínhamos intenção de cavalgar para a frente", descreveu Iúri Leitão, o primeiro portuguê a conquistar dois ‘metais’ na mesma edição dos Jogos, sobre a forma atacaram para chegar à vitória.
No final, a dupla lusa somou 55 pontos nas 200 voltas à pista do Velódromo Saint-Quentin-en-Yvelines, mais oito do que a Itália, com Simone Consonni e Elia Viviani, segunda classificada, enquanto a Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Moerkoev, terminou no terceiro posto, com 41.
Mais cedo, nas águas de Vaire-sur-Marne, jogou-se na altura a que constituía a esperança maior de medalha de ouro - a outra desvaneceu-se na sexta-feira com a prata de Pedro Pichardo no triplo salto -, quando Fernando Pimenta disputou as meias-finais e a final de K1 1.000 metros, em que ostentava o título de campeão do mundo, e que se saldou num frustrante sexto lugar.
No entanto, as indicações para as meias-finais tinham sido bastante positivas, quando o limiano controlou totalmente a prova e cortou a meta no segundo lugar, encostado ao húngaro Balint Kopasz.
Pimenta liderou até meio da prova, mas, depois o checo Josef Dostal ultrapassou-o, acabando em perda, até ao impensável sexto lugar.
No final, o atleta do Benfica não procurou desculpas e atribuiu o falhanço - tinha manifestado que tudo iria fazer para tentar chegar ao ouro - à falta de forças e de energia na reta final da prova.
"Infelizmente, o resultado não é o espelho do meu trabalho. Como é óbvio, os atletas que venceram têm todo o mérito. Sentia-me mesmo muito bem, muito tranquilo, estava confortável e a controlar a prova, segui tudo o que conversei com o meu treinador, tentar lançar o caiaque, pressionar à frente, infelizmente, na parte final, faltaram-me as forças e energia", justificou.
Enquanto Pimenta promete voltar rapidamente ao trabalho, depois de cumprir um ligeiro período de férias junto da família, a qual considera foi preterida no último ano por causa dos Jogos, Teresa Portela vai ponderar a continuação, depois de hoje concluir o K1 500 no 10.º lugar.
A canoísta lusa, de 36 anos, falhou a presença na final por 41 centésimos de segundo, ao ser terceira na sua meia-final, quando passavam as duas primeiras, tendo na final B sido segunda classificada, o que lhe conferiu o 10.º lugar final.
Pela manhã, Samuel Barata estreou-se em Jogos Olímpicos com o 48.º lugar da maratona de Paris2024, com um tempo de 2:13.23 horas, a sua melhor marca da temporada.
Apesar desta marca, o próprio atleta revelou que terá adotado uma estratégia demasiado conservadora, pelo receio de abandonar, tendo ficando com a sensação de que podia ter arriscado um ritmo mais forte.
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