Em tempos o cenário era apenas projetado nos mais imaginativos filmes de ficção científica. Mas que coisa, pensava-se, apanhar um táxi e voar pela cidade até ao destino escolhido. Será possível alguma vez? Sim, respondemos agora. Mas não no imediato.
O tempo voa, e com ele a tecnologia, que esteve mesmo a um passo de sobrevoar estes Jogos Olímpicos com pompa e circunstância, demonstrando que muito em breve, muito provavelmente, viajaremos de casa para o trabalho pelo ar.
Tudo apontava para que a empresa alemã 'Volocopter' conseguisse a tempo e horas a certificação que lhe permitisse mostrar ao mundo, num momento em que o mundo está de olhos postos na capital francesa, tamanha inovação. Mas não.
O fabricante em causa pretendia levantar o seu modelo de táxi voador - é mesmo isso, um veículo que se propõe a transportar pessoas (para já só uma) e pequenas mercadorias numa qualquer cidade europeia a médio prazo.
O 'bicho' voador é, nem mais nem menos, um helicóptero de menores dimensões, com dois assentos no seu interior - para o passageiro e para o piloto.
Os voos de demonstração deveriam ocorrer durante os Jogos, com o plano inicial de aterrar perto da estação ferroviária de Austerlitz, no sudeste de Paris.
A certificação do 'VoloCity', nome do 'brinquedo', foi adiada por algumas semanas devido aos seus motores, disse o vice-CEO da ADP, Edward Arkwright. “Estamos um pouco dececionados, mas de qualquer forma dissemos que não faríamos nenhum compromisso sem a garantia de segurança”, lembrou.
O projeto já tinha arrancado com limitações, depois da empresa germânica não ter conseguido obter autorização das autoridades europeias de segurança aérea a tempo de transportar passageiros para os voos de teste em Paris. O objetivo passa agora por pilotar a aeronave a partir de uma plataforma flutuante no Sena até ao final do ano, antes da reabertura da Catedral de Notre Dame da capital, prevista para dezembro.
Apesar das limitações, o gestor aeroportuário Groupe ADP e a start-up aeronáutica alemã desejam organizar demonstrações de voo a 50 metros de altitude com um protótipo, sem passageiros, esta quinta-feira e domingo no aeródromo de Saint-Cyr-l'Ecole, a poucas centenas de metros do parque Château de Versailles, local da competição olímpica de hipismo.
Por isso, caro leitor, queria sobrevoar Paris nestes Jogos Olímpicos? Talvez, mas só à boleia de Armand Duplantis.
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