A forma de escolher a cidade que recebe Jogos Olímpicos criou, nas últimas décadas, “graves problemas éticos”, pela forma como as campanhas gastavam milhões de euros e minavam a reputação do Comité Olímpico Internacional, admitiu hoje o presidente.
Segundo Thomas Bach, que preside ao Comité Olímpico Internacional (COI), este formato acabou por levar a que as cidades que perdiam “dificilmente pudessem justificar uma nova candidatura”, além de surgir uma nuvem de “má conduta” por causa do ‘lobbying’ envolvido.
“O resultado foi que tínhamos cada vez menos candidatos e a nossa reputação foi afetada”, sentenciou, na 137.ª Sessão do COI, que hoje arrancou por via telemática.
Bach, que ainda hoje falará em conferência de imprensa, pelas 16:30 de Lisboa, destacou ainda a forma mais transparente e sustentável que a Agenda2020 trouxe, com um sistema de acompanhamento e “conversas avançadas” para que é convidada uma de entre vários favoritos.
Foi o caso de Brisbane, na Austrália, que já este ano foi designada como recomendada e, assim, deu um passo em frente para ser selecionada para receber os Jogos em 2032.
Antes, já o COI tinha atribuído aos únicos candidatos a organização do evento: a Paris os de 2024 e a Los Angeles os de 2028, face à falta de cidades aspirantes a concurso.
“O novo sistema traz custos mínimos e escapa a ‘lobbying’ e influências”, atirou Bach.
Os últimos Jogos atribuídos pelo antigo sistema foram os de Tóquio2020, adiados para este verão, quando a capital nipónica bateu Madrid e Istambul, num processo envolto em polémica pela alegada compra de votos a favor dos japoneses, e que levou o caso aos tribunais e à demissão do então presidente do Comité Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda.
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