Nunes terminou em nono lugar na categoria de +78 kg, depois de perder com a cubana Idalys Ortiz, no seu segundo combate no Nippon Budokan.
Diante de Ortiz, líder mundial e múltipla medalhada em Jogos Olímpicos, com ouro em Londres2012, prata no Rio2016 e bronze em Pequim2008, Rochele Nunes perdeu já aos 1.58 minutos do 'golden score', prolongamento do combate, por waza-ari.
Na primeira ronda, a judoca portuguesa, 11.ª do mundo, tinha vencido a porto-riquenha Melissa Mojica, 23.ª, ao pontuar com um waza-ari a cerca de 16 segundos do final.
“É difícil falar, porque não me preparei para o discurso de derrota. A única coisa que me cabe dizer é desculpa. Desculpa a Portugal. Não sei se desiludi, porque dei o meu máximo, mas ao mesmo tempo sei quanto confiaram e investiram em mim. Só posso pedir desculpa, mas estou de consciência limpa, dei o meu melhor”, explicou, na zona mista do Nippon Budokan.
Para já, não consegue ainda “retirar coisas positivas” da participação nos Jogos, frustrada e “triste” com o resultado, porque “o preço da derrota é alto” e leva até a colocar “em dúvida” tudo o que já conquistou.
Quanto ao combate “decisivo” com Ortiz, vê-o como um de detalhes, na qual a cubana “aproveitou a oportunidade de um erro” para vencer, ficando decidido “por muito pouco”.
“Quem está aqui já é o melhor, mas quem sobe ao pódio são os melhores dos melhores. Hoje, não fui eu. Mas tenho de ter orgulho do meu caminho. (...) O judo é injusto porque perdi com uma atleta de ir ao pódio e acho que merecia tanto como ela. Odeio a sensação de voltar com a mala vazia”, desabafou.
Reforçando por várias vezes o pedido de desculpa em quem “investiu” e “acreditou” nela, lembrou os sacrifícios até chegar a este nono lugar e a vontade de crescer para novos desafios, ancorado nos ‘exemplos’ Jorge Fonseca, na quinta-feira medalha de bronze, e em Telma Monteiro, também bronze no Rio2016.
“Peço desculpa por ter falhado aqui, muita gente torcia por mim, e ninguém queria mais do que eu. Saio com a consciência tranquila, mas dói. Quem acompanhou os meus treinos sabe o quanto eu chorava de dor, tudo doía, tive dias em que pensei em desistir, mas voltava, foi uma escolha minha. Não estou a reclamar, mas é difícil”, afirmou.
Para a frente, quer “descansar e reprogramar”, até porque depois de fechar este capítulo fica “já a pensar em Paris2024”, tendo “muito incentivo” e vontade de melhorar o seu judo para voltar à discussão.
Rochele Nunes era a última judoca lusa em prova, numa participação que teve no bronze de Jorge Fonseca o ponto mais alto, seguido do quinto lugar de Catarina Costa.
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