A portuguesa Salomé Afonso admitiu hoje que deveria ter arriscado mais nas eliminatórias dos 1.500 metros dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, após ter sido afastada das semifinais, com o tempo de 04.10,80 minutos.
“Tendo em conta o contexto das marcas, gostaria de ter ficado perto do meu recorde pessoal, de 04.07 minutos. Fiz 04.10, que não é muito longe, mas a sensação é que poderia ter roçado o recorde, admitiu a jovem atleta do Sporting, de 23 anos, em declarações à agência Lusa.
Salomé Afonso, estreante em Jogos Olímpicos, terminou a primeira série da distância no 13.º lugar, quando necessitava de ficar entre as seis primeiras classificadas – que se apuram diretamente - ou ser uma das seis mais rápidas entre as restantes atletas de todas as séries.
“Foram muitas emoções para uma estreia, não sabia bem o que esperar ou como me iria sentir. Já estava preparada para ter condições um pouco difíceis. Gostaria de ter sido um pouco mais audaz, mais corajosa, acho que me deixei levar pelo conservadorismo e tentar chegar à parte final com alguma disponibilidade. Acabei com essa sensação, de que poderia ter dado mais, porque sinto que ainda tinha mais em mim”, explicou.
No entanto, a atleta natural de Lisboa ressalvou a imprevisibilidade da prova – “se é tática ou rápida” -, para justificar a contenção: “Esta foi um bocado aos esticões, começou rápida, abrandou e voltou a acelerar”.
Apesar da eliminação, Salomé Afonso encarou a experiência como “uma boa motivação até Paris2024”, onde se quer apresentar “ainda melhor”.
Marta Pen também disputou as eliminatórias dos 1.500 metros, tendo terminado no 10.º lugar da sua série, em 04.07,33 minutos, depois de ter tido um choque com a atleta marroquina Rababe Arafi, na parte final da corrida.
A eliminação da atleta do Benfica, de 28 anos, que tem como recorde pessoal 04.03,99 minutos, foi alvo de um protesto por parte da Missão de Portugal aos Jogos Tóquio2020.
Igualmente envolvida num incidente na pista, a holandesa Sifan Hassan, que procura uma inédita conquista das provas de 1.500, 5.000 – com final marcada para hoje – e 10.000 metros, caiu na segunda série, mas, mesmo assim, terminou em primeiro, com o tempo de 04.05,17.
O melhor tempo das eliminatórias foi alcançado pela queniana Faith Kipyegon (04.01,40), atual campeã olímpica e que detém a melhor marca mundial do ano (03.51,07). A ugandesa Winni Nanyondo (04.02,24) e a australiana Linden Hall (04.02,27) avançaram com os segundo e terceiro melhores registos.
As semifinais estão marcadas para quarta-feira, a partir das 19:00 (11:00), e a final para sexta, às 21:50 (13:50).
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