Depois de cinco participações em Jogos Paralímpicos a correr na pista, Carlos Lopes vive em Londres a experiência de correr "por fora", ao assumir o papel de Chefe da Missão portuguesa.
Despediu-se da competição há quatro anos nos Jogos de Pequim, deixando para trás uma carreira recheada de êxitos, durante a qual conquistou quatro medalhas paralímpicas e vários títulos mundiais e europeus.
Define como «uma grata recordação» os 20 anos de competição no atletismo e assegura que não sente saudades, porque tudo tem um tempo na vida.
«Não sinto saudades. Sinto claramente que há um tempo para tudo na vida, a minha vida na competição foi uma etapa que terminou», assegura.
No entanto, admite que «é sempre uma emoção entrar no estádio», como aconteceu no Olímpico de Londres, «sentir o público e ouvir o `aos seus lugares´, `pronto´ e `partida´. Naturalmente isso mexe com quem viveu momentos fantásticos e traz à memória muitas recordações».
Garante que é com muito gosto que assume o papel de Chefe da Missão portuguesa, cargo que lhe permite "continuar ligado" ao desporto, e considera que sua escolha pode ser uma mais-valia.
«Penso que é uma mais-valia ter um chefe de missão que já sentiu na pele o que os atletas estão a sentir aqui. Às vezes eles procuram-me, pede-me conselhos, porque sabem que eu já senti na pele o que estão a viver», conta.
Aos 43 anos, assume o cargo de Chefe da Missão portuguesa, composta por 30 atletas, como mais um desafio e garante: «Tento a cada dia fazer o melhor que posso e sei».
O novo desafio de Carlos Lopes, psicólogo de profissão, é também o primeiro "teste" paralímpico da cadela-guia Rubi, a labradora chocolate que assumiu o "cargo" depois de Gucci se ter "reformado", ao fim de quase uma década de trabalho.
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