O atleta paralímpico de boccia David Araújo perdeu quase toda a sua autonomia em termos de deslocações desde terça-feira, depois de a sua cadeira de rodas elétrica ter sido furtada da garagem do prédio onde vive, no Porto.
“Na noite segunda para terça-feira assaltaram a garagem do prédio onde vivo e levaram a cadeira, que estava a carregar, e que fica sempre lá, porque não cabe no elevador”, explicou David Araújo, de 17 anos, à agência Lusa.
O atleta do FC Porto, que foi o mais jovem da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos Paris2024, explica que a falta de cadeira lhe causa grandes transtornos ao nível da mobilidade.
“Eu costumava ir de metro para a faculdade e também ia sozinho para os treinos [no Estádio do Dragão], sem a cadeira não consigo fazer isso”, referiu, acrescentando: “A cadeira foi feita à minha medida e tem todas as sofisticações de que preciso”.
Desde o desaparecimento da cadeira, que há seis anos custou cerca de 10.000 euros, David Araújo depende da família para todas as deslocações, nomeadamente para a faculdade, onde ingressou este ano para estudar Direito.
“Com a cadeira manual é tudo muito mais complicado, e não tenho a liberdade que tinha com a outra. Aquela cadeira era muito específica, já experimentei outra que não foi feita à minha medida e achei muito desconfortável”, afirmou.
David Araújo, campeão nacional de boccia na classe BC2, estreou-se em Jogos Paralímpicos em Paris2024, onde competiu nos torneios individual e de equipas BC1/BC2, nos quais foi 11.º e 9.º classificado, respetivamente
O atleta garante já ter sido contactado pelo seu clube, o FC Porto, que se manifestou disponível para ajudar, e refere que uma cadeira nova poderá custar “à volta de 40.000 euros”.
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