A um ano do início dos Jogos Paralímpicos Rio2016, o chefe da missão lusa acredita que Portugal poderá ter uma comitiva idêntica à de Londres2012, mas estar representado em mais modalidades.
“Gostaríamos de ter, no mínimo, 30 atletas, o que igualaria o número de atletas que tivemos há três anos, em Londres, onde estivemos representados em cinco modalidades”, disse Rui Oliveira, à agência Lusa, lembrando que atualmente o projeto de preparação paralímpica integra cerca de 40 atletas.
A um ano do início da competição, Portugal tem já garantida presença em cinco desportos: os “crónicos” atletismo, natação e boccia, o regressado ciclismo e o estreante tiro.
O chefe da missão portuguesa admitiu que o número de modalidades “pode ainda aumentar”, nomeadamente com inclusão da canoagem “que tem obtido resultados muito bons e está a centésimos de segundo da qualificação”.
Além da canoagem, Rui Oliveira, considerou possível que o remo e o judo possam também conseguir marcar presença nos Jogos Paralímpicos Rio2016, que vão decorrer entre 07 e 18 de setembro do próximo ano.
No que se refere ao número de atletas, Rui Oliveira lembrou que existem quotas por modalidade, determinadas por critérios “cada vez mais apertados” do Comité Paralímpico Internacional (IPC) e, por isso, assume que 30 seria “um bom número”.
O chefe de missão preferiu não estabelecer um objetivo quantitativo em termos de medalhas, mas admitiu ter expetativas de que alguns atletas “obtenham resultados de excelência”.
“Temos no projeto de preparação paralímpica vários atletas que, pelo seu trabalho, se posicionam nos dez primeiros lugares do ‘ranking’ mundial, o que nos faz ter algumas esperanças”, frisou.
Rui Oliveira, que integra a estrutura diretiva do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), explicou que “as diferenças nas condições de preparação e a cada vez maior profissionalização do desporto adaptado” fazem com que “aquela ideia de conseguir muitas medalhas seja, hoje em dia, uma utopia”.
Com a integração do desporto adaptado nas federações de modalidade em marcha há mais de um ano, a preparação dos atletas é agora um trabalho que junta o CPP e, atualmente, as federações de atletismo, natação, ciclismo, tiro e de desporto para pessoas com deficiência, que tutela o boccia.
Rui Oliveira faz um balanço “bastante positivo” deste trabalho conjunto entre o CPP e as federações sobretudo “porque as estruturas de cada uma das modalidades têm recursos de toda a ordem para apoiar a preparação dos atletas”.
Além do projeto de preparação paralímpica Rio2016 está também em marcha o projeto esperanças paralímpicas, que Rui Oliveira descreveu como uma “grande possibilidade de rejuvenescer as modalidades” tendo já em vista os Jogos Tóqio2022.
Sobre as bolsas de preparação atribuídas aos atletas, em relação às quase se verificaram alguns atrasos em ciclos anteriores, Rui Oliveira assegurou que os “atletas estão a receber no prazo previsto”.
O contrato-programa de preparação para os Jogos Rio2016, celebrado entre o CPP e o Governo tem um valor global de 3,8 milhões de euros, valor que supera em cerca de 1,5 milhões de euros o de Londres2012.
Portugal, que vai participar pela 11.ª vez em Jogos Paralímpicos, tem um total de 88 medalhas conquistadas em seis modalidades.
O atletismo, com um total de 51, e o boccia, com 24, são as modalidades que mais contribuíram para o “medalheiro” português, no qual figuram também lugares de pódio na natação (nove), ciclismo (duas), futebol (uma) e ténis de mesa (um).
Na última edição dos Jogos Paralímpicos, em Londres, Portugal esteve representado em cinco modalidades e obteve a participação menos medalhada de sempre, com três subidas ao pódio e 16 diplomas.
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