ADN, raça e ambição são três palavras com que o Benfica se define e com as quais parte este fim de semana para a jornada dupla frente ao UHC Stockerau, da primeira eliminatória da Taça EHF feminina de andebol.

No regresso às provas europeias, e após 29 anos de ausência, o treinador das campeãs nacionais, João Alexandre Florêncio, em declarações à agência Lusa, reconhece que será difícil ombrear com as austríacas, mas será também um bom teste à invencibilidade ‘encarnada’.

“Depois de tantos anos de ausência nas competições europeias é natural que este grupo não tenha experiência nesta competição. É mais por aí. A nossa expectativa é passar. Vamos fazer os dois jogos em casa. Queremos ir longe para consolidar o desenvolvimento que estas atletas tiveram no ano anterior, queremos agora passar para uma nova fase. Queremos também ajudar muito o andebol português a crescer. É com estas eliminatórias e com este percurso que queremos fazer nas provas europeias que esperamos ajudar o andebol feminino”, afirmou.

Pela frente terão uma equipa que na temporada passada passou esta fase da prova, vencendo as helvéticas do HSC Kreuzlingen, por 55-53, no total das duas mãos, e que acabou eliminada pelas eslovacas do Dunajská Streda, por 69-42, no global dos dois jogos.

“É uma equipa tipicamente do centro da Europa, com jogadoras com alguma experiência, com uma capacidade atlética mais elevada que estamos habituados em termos de estatura. Mas temos as nossas armas em termos de velocidade e intensidade de jogo. É uma equipa que tem a guarda-redes da seleção da Macedónia. Mas com o nosso público vamos conseguir levar de vencida esta eliminatória”, disse João Alexandre Florêncio.

Para a pivô Nádia Rodrigues, é um feito histórico para o Benfica estar nesta prova e apesar da expectativa e da ansiedade a um argumento que a levar a acreditar que os ‘16-avos’ da EHF poderão mesmo ser uma realidade.

“Vamos ganhar este jogo na raça. Já analisámos algumas jogadoras. Eles têm três ou quatro muito importantes na equipa. Estamos focadas no nosso trabalho e na nossa vontade de ganhar e isso é o mais importante. Acreditamos que podemos passar a eliminatória. Temos capacidade para isso”, sustentou.

Questionado sobre esta ambição de vencer, João Alexandre Florêncio não têm dúvidas que esta já está embutida nas jogadoras e que o melhor teste é precisamente frente ao UHC Stockerau.

“É o ADN do Benfica. Desde o início que elas incorporaram muito bem isso. Nunca tive necessidade de dizer que nos temos de equiparar à outra equipa em termos de vontade. As outras equipas é que têm de se equiparar a nós. Mesmo não jogando muito bem, é normal que um ou outro jogo as coisas não corram tão bem, este ADN tem resultado. Tem chegado para vencer. Vamos continuar assim. Esta competição vai pôr à prova a nossa invencibilidade, mas estamos cá para mostrar que vamos continuar”, desejou.

Certa é a diferença de experiência entre as duas equipas nas competições europeias, um fator que não amedronta o treinador.

“Tive mais receio na época passada quando muitas das jogadoras vinham segunda divisão e de equipa que não lutavam pelo título nacional e entraram aqui a ter de ganhar. Fizemos uma boa época. Até agora ainda não perdemos. Ganhámos as três competições em que participamos. Esses receios vão se dissipando à medida que vamos subindo etapas. Estar aqui é a consequência da nossa evolução e da nossa afirmação”, concluiu.

O Benfica recebe este sábado, às 14 horas, as austríacas do UHC Stockerau em jogo da primeira mão da primeira eliminatória da Taça EHF de andebol feminino. O encontro da segunda mão realiza-se no dia seguinte, às 11 horas. Apesar de se encontrar na condição de ‘visitado’ o encontro realiza-se também no pavilhão n.º2 do Estádio da Luz.