O presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Miguel Laranjeiro, disse hoje que alguns projetos ficarão em causa com o anunciado corte no plano de patrocínios da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

“Foi com surpresa que recebemos a comunicação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao colocar em causa o apoio de patrocínio a partir do próximo ano”, referiu Miguel Laranjeiro, destacando que “qualquer corte nos apoios tem consequências muito negativas”.

A SCML avisou várias federações da necessidade de rever o plano de patrocínios, a menos de um ano dos Jogos Olímpicos Paris2024, através de cartas assinadas pela provedora Ana Jorge, que assumiu funções em 02 de maio último.

“O apoio dos últimos anos à FAP tem sido essencial e permitiu desenvolver projetos consistentes nas seleções nacionais e no andebol em cadeira de rodas e que ficarão em causa com esta decisão”, considerou o dirigente.

Miguel Laranjeiro adianta que um país como Portugal, “com grande lacunas na atividade física e desportiva dos cidadãos, qualquer corte nos apoios e patrocínios tem consequências muito negativas”.

“Fez bem o secretário de Estado do Desporto, Joao Paulo Correia, em pedir uma reunião de urgência com a Provedora da Santa Casa. Esperamos que com a sua experiência e conhecimento, seja possível valer, junto da SCML, os argumentos de uma atividade que é fundamental para o país”, concluiu.

Em causa, de acordo com várias das missivas a que a Lusa teve acesso, está a revisão do “plano de patrocínios delineado para 2023”, advertindo, ainda, que o patrocínio, em nome dos Jogos Santa Casa, na sua maioria, além dos contratos em vigor não está assegurado.

A justificação para este corte prende-se com “a conjuntura económico-social que se vive” que conferiu “novas exigências sociais e financeiras à SCML no que diz respeito ao apoio das populações mais vulneráveis”.

Ana Jorge assume-se certa de que estas entidades desportivas “compreenderão” a “difícil decisão pelas razões evidenciadas”, sem excluir “uma eventual reavaliação futura desta situação caso as premissas se alterem”.