O judoca português Jorge Fonseca reconheceu hoje que a homenagem no Centro de Alto Rendimento do Jamor, a propósito da medalha de ouro conquistada nos Mundiais da modalidade, tem “um grande significado” pessoal.
“Acreditámos nos nossos objetivos e quero deixar a mensagem aos jovens atletas para nunca desistirem dos seus objetivos. Espero voltar a ser homenageado aqui muitas vezes. Vivi aqui sete anos e esta homenagem tem um grande significado, estão a reconhecer o meu trabalho”, expressou.
Jorge Fonseca, de 26 anos, vai começar a preparar os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, na próxima semana, mas revelou que ainda não pensa nisso, apesar de manter o objetivo de lutar pelas medalhas.
“Ainda não estou a preparar os Jogos Olímpicos e não penso nisso. Falta um ano, tenho de trabalhar muito, mas tenho o objetivo de fazer um grande resultado”, disse.
Jorge Fonseca representa o Sporting e diz-se muito feliz no clube ‘leonino’, no qual pretende permanecer, mas afirmou querer que o clube o valorize e apoie.
“Estou feliz no Sporting. Estou no clube há 12 anos, o meu objetivo é ficar muitos mais anos. Quero que o Sporting me valorize como campeão do mundo e que esteja do meu lado. Neste momento, quero voltar a treinar e ter melhores condições para os meus colegas e o meu treinador”, concluiu.
O secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, elogiou Jorge Fonseca enquanto pessoa e enquanto profissional e não tem dúvidas de que o judoca pode ambicionar ser campeão olímpico.
“Há milhões de praticantes de judo e o Jorge Fonseca conseguiu ser o melhor do mundo, o que é extraordinário. É também um campeão na sua vida pessoal, ultrapassando duras batalhas, e é um exemplo inspirador para os jovens atletas. Não tenho dúvida nenhuma que tem as qualidades e o mérito desportivo para poder ser campeão olímpico”, sublinhou.
O treinador de Jorge Fonseca, Pedro Soares, explicou como os momentos menos bons ajudaram a construir “um dia perfeito” e considera o Jamor um modelo que “tem dado resultados”.
“Foi uma ascensão meteórica de um atleta que superou obstáculos. É preciso crença, comprometimento e muita humildade. Acreditamos apenas no trabalho, não existe sorte ou milagre. As coisas nem sempre correram bem, mas foram essas más energias que construíram um dia perfeito”, explicou.
Jorge Fonseca, de 26 anos, tornou-se no primeiro português a conquistar uma medalha de ouro em Mundiais, ao derrotar Ilyasov, terceiro classificado nos Mundiais de 2018.
O judoca do Sporting, que nasceu em São Tomé e Príncipe, chegou ao combate decisivo ao derrotar o azeri Elmar Gasimov, vice-campeão olímpico no Rio2016 e europeu em 2014, nas meias-finais, por waza-ari, depois de ter superado, nos quartos de final, o georgiano Varlam Liparteliani, por ippon, em 3.15 minutos.
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