
O selecionador nacional masculino de judo, Pedro Soares, não poupou nas palavras ao avaliar a participação de Portugal nos Mundiais de Budapeste, considerando “medíocre” o desempenho da equipa, exceção feita aos jovens Oto Kvantidze e João Fernando.
“De uma maneira geral, quatro atletas, um sétimo lugar, considero a prestação medíocre, fraca. Mas são os atletas que compõem atualmente a seleção e há que esperar que os mais jovens cresçam, que o Fernando decida a sua vida e que o Fonseca deixe de cometer erros”, afirmou Soares.
Oto Kvantidze, que terminou em sétimo lugar na categoria de -73 kg, foi o grande destaque da comitiva, especialmente por ter eliminado o azeri Heydarov — campeão olímpico, mundial e europeu. Já João Fernando, nono classificado em -81 kg, foi elogiado pela atitude em prova, sobretudo tendo em conta que chegou ao Mundial sem competição internacional ou estágios prévios.
“O Oto teve uma prestação muito positiva. É o mais jovem, teve duas vitórias, tal como o João Fernando, que começou desde a primeira ronda. Ambos merecem destaque”, sublinhou o treinador, deixando também elogios ao talento do atleta do Sporting, que divide a carreira no judo com a aposta profissional na aviação.
Já em relação a Jorge Fonseca, bicampeão mundial e medalha de bronze em Tóquio2020, Pedro Soares não escondeu a frustração com o erro cometido frente a Kostoev, que ditou a eliminação precoce do português. “Foi um erro demasiado infantil. Inaceitável para um atleta da sua craveira, mesmo com algum cansaço.”
Sobre Miguel Gago, estreante nos Mundiais na categoria de -66 kg, o selecionador foi igualmente crítico. “Ficou aquém das expectativas. Não só não venceu, como nunca conseguiu disputar verdadeiramente o combate”, rematou.
Portugal terminou assim a participação no setor masculino com um sabor agridoce: duas boas prestações individuais e um sentimento geral de desilusão numa competição que serviu de antecâmara para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
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