Os portugueses Rui Pinto e Miguel Borges terminaram hoje a meia maratona dos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024 na 38.ª e 41.ª posições, respetivamente, enquanto Samuel Barata e Hélio Gomes desistiram.
Rui Pinto foi o primeiro português a concluir os 21,0975 quilómetros da corrida mais longa dos Europeus, em 01:04.55 horas, a 03.52 minutos do vencedor, o italiano Yemaneberhan Crippa, que estabeleceu o recorde dos campeonatos, em 01:01.03.
Miguel Borges chegou pouco depois, a 04.13 do campeão da Europa, em 01:05.16, enquanto Hélio Gomes desistiu aos 11 quilómetros, devido a uma lesão no pé esquerdo, e Samuel Barata aos seis, magoado na anca e glúteo esquerdo.
Além do ouro, arrebatado por Crippa, a Itália voltou a fazer a ‘dobradinha’, com Pietro Riva a conquistar a medalha de prata, em 01:01.04, ao ultrapassar, já na pista do Estádio Olímpico de Roma, o alemão Amanal Petros, que terminou em terceiro em 01:01.07.
A meia maratona de Roma2024, que consagrou simultaneamente a classificação coletiva com a Taça da Europa da distância, começou às 09:00 locais (08:00 em Lisboa) no Fori Imperiali e teve a chegada já no Foro Itálico, no interior do Estádio Olímpico, depois de percorrer os locais mais emblemáticos da cidade.
Sob uma temperatura a rondar os 25 graus celsius, Samuel Barata investiu cedo e alinhou no grupo da frente, até desistir, devido a problemas físicos.
“Estou superdesiludido comigo. É uma frustração, porque sabia que podia lutar por um top 10, top 8, se corresse na casa da 01:01 horas. Infelizmente, as coisas não aconteceram. Estou com uma pequena lesão e, agora, o importante é voltar aos treinos para o grande objetivo que são os Jogos Olímpicos”, afirmou o fundista do Benfica, de 30 anos, que está apurado para a maratona de Paris2024.
Apesar de ter ficado longe do seu recorde pessoal (01:02.16 horas, em 2023), Rui Pinto assumiu-se “minimamente satisfeito”.
“Tendo em conta os últimos dias, hoje estava um dia mais agradável, apesar de estar muito calor. Tinha como objetivo ficar entre os 20 primeiros, mas a prova foi difícil, o percurso não era fácil, mas, atendendo às condições e ao valor dos adversários, acho que foi o possível. Dei o meu melhor e estou minimamente satisfeito”, assumiu o atleta do Sporting.
Rui Pinto esforçou-se por não descolar do grupo da frente, mas acabou por perder o “barco”.
“Neste nível, internacional, vamos a reboque ou perdemos o contacto e torna-se mais difícil. E tentei segurar-me no grupo da frente, enquanto tive forças, mas comecei a sentir as pernas mais pesadas e foi tentar aguentar”, explicou.
Aos 29 anos, Miguel Borges concluiu a sua primeira meia maratona em Europeus, depois de ter desistido, na estreia nestes campeonatos nos 3.000 obstáculos em Munique2022.
“Foi a minha segunda experiência em Campeonatos da Europa, a primeira nestas distâncias. Sabia que era dos atletas com pior recorde pessoal e fiz uma corrida cautelosa. Fiquei muito sozinho, foi uma prova muito solitária, mas fui apanhando bastantes atletas. Quando cheguei, pensei que estava num melhor lugar, mas as condições não eram muito favoráveis e o lote de atletas é fortíssimo, pelo que foi uma experiência e espero que seja só um ponto de partida”, revelou o fundista do Sporting de Braga.
Mesmo assim, Miguel Borges, que tem como melhor marca 01:04.22, já este ano, ficou otimista com a experiência.
“Foi importante até a nível mental para gerir o esforço. Neste tipo de provas é difícil gerir as emoções e sensações e acabou por ser uma das melhores marcas na meia – só corri duas vezes abaixo da 01:05 -, espero que esta passe a ser a minha distância preferida e, quem sabe, a maratona”, rematou.
Mais infeliz estava Hélio Gomes, que desistiu, por lesão, praticamente a metade do percurso.
“Acho que foi a primeira vez que desisti. Infelizmente, aconteceu hoje. Tenho um parafuso no pé e, por volta do quilómetro 11, não deu mais hoje. Inflamou e, por azar, os primeiros cinco ou seis quilómetros eram em empedrado e isso só me prejudicou”, lamentou o atleta do Sporting, de 39 anos.
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