A "motivação forte" para fazer boas marcas é comum aos atletas que vão competir nos Campeonatos de Portugal em pista coberta, apesar da consciência de que a falta de provas tem limitado o "ritmo competitivo".
Os Campeonatos, que vão decorrer sábado e domingo em Braga, foram lançados esta sexta-feira, 12 de fevereiro, por quatro dos principais atletas presentes, em intervenções 'online' (na página oficial da FPA no Facebook) de Evelise Veiga, Francisco Belo, Samuel Barata e Vítor Pereira.
Mesmo com as fortes limitações à competição impostas pelo combate à pandemia de covid-19, quase todos os atletas de topo estarão em Braga e uma das provas mais aguardadas é a do triplo salto feminino, onde Evelise Veiga - já com mínimos olímpicos feitos - defronta a campeã Patrícia Mamona e Susana Costa.
Evelise Veiga, líder nacional do ano no salto em comprimento, admite falta "ritmo competitivo", já que a pandemia a impediu de participar em alguns 'meetings' internacionais agendados. "No entanto, os que foram organizados em Portugal acabaram por criar a oportunidade de competir", adianta.
"A marca realizada na semana passada mostrou-me que estou em forma e espero este fim de semana conseguir qualificar-me para os Campeonatos da Europa de Pista Coberta", referiu a atleta, que se encontra inscrita para as provas do salto em comprimento e do triplo salto, a especialidade que a levou em 2019 aos Campeonatos do Mundo de Doha.
Sem a 'entrada em cena' esta temporada de inverno de Pedro Pichardo e de Nelson Évora (a grande ausência dos Campeonatos), a liderança nacional do ano do triplo salto está com Tiago Pereira, que em Braga também vai ao salto em altura.
O atleta viu a sua marca ao ar livre no triplo ficar a um centímetro da exigida para os europeus de pista coberta e, apesar de vir de uma fase menos positiva, apresenta-se agora com vontade de voltar a marcas ao nível das que fez nos treinos do verão.
"Já saltava no treino marcas à volta de 16,80 metros e, como sabemos, na competição acabamos por saltar um pouco mais. A cada competição penso sempre que aquele tem de ser o melhor salto da minha vida", adiantou o terceiro triplo saltador português da atualidade.
A pandemia também 'trocou as voltas' a Francisco Belo, líder nacional do ano no lançamento do peso, que teve de prescindir de participar nos 'meetings' que tinha agendados na Alemanha e na República Checa.
O atleta já tem marca de qualificação para os Campeonatos da Europa de Pista Coberta - no entanto, promete dar o melhor nestes Campeonatos de Portugal, "sem ficar obcecado com números", até porque sempre que se atinge um objetivo "queremos sempre fazer melhor, subir para o próximo patamar e esse tem de ser o foco principal de um atleta".
Samuel Barata, líder nacional do ano nos 3.000 metros em pista coberta, admite que está muito motivado para voltar a melhorar o seu recorde pessoal, alcançado na semana passada. "Neste momento, estou mais forte do que quando fiz o recorde pessoal (8.01 minutos), consigo correr, com certeza, na casa dos 7.50".
"Agora, mais rápido que isso, já é território desconhecido. Tenho de tentar correr para esse ritmo para saber", concluiu o atleta, sublinhando que continua a treinar focado nos 10.000 metros, com o grande objetivo de competir na Taça da Europa da distância.
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