O brasileiro Cai Bonfim sagrou-se campeão do Mundo nos 20 km marcha, nos Mundiais de atletismo que decorrem em Tóquio, Japão. O atleta de 34 anos, que representa o Benfica de Portugal, fez 1:18:35 (uma hora, 19 minutos e 35 segundos), à frente do chinês Zhaozhao Wang (1:18:43) e do espanhol Paul McGrath (1:18:45).

"O atleta do projeto olímpico do Sport Lisboa e Benfica Caio Bonfim conquistou, nesta madrugada de sábado, 20 de setembro, o título de campeão do mundo nos 20 quilómetros marcha, ao ser o mais rápido na distância nos Mundiais de atletismo de Tóquio", escreveu o Benfica, numa nota oficial.

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Mas quando cruzou a meta, Caio Bonfim nem sabia que tinha ganho. O japonês Toshikazu Yamanishi era quem liderava a prova, mas foi penalizado em dois minutos por irregularidades, e acabou em 28.º lugar.

"Nem sabia que estava na luta pela medalha de ouro. Ultrapassei o chinês e o espanhol, na última volta, e fiz a vinda para o estádio rapidamente. Quando eu faço a curva e olho para aqui, para a chegada, penso 'Aos 35 quilómetros eu era segundo e não havia faixa'. Olhei para o ecrã gigante e reparei que estava em primeiro. Olhei para o lado, e o [japonês Toshikazu] Yamanishi não estava lá. Não o vi a entrar no 'pit line'. Pensei 'Meu Deus, vou ser campeão do mundo'. Agora, sou campeão do mundo", contou o brasileiro, à SporTV do Brasil.

Apesar da vitória, assim que cruzou a meta, a preocupação do marchador era outra: a aliança.

"A minha aliança caiu, ao terceiro quilómetro, e eu pensei 'Acho que a minha esposa só vai perdoar-me se eu conseguir o ouro'. É para ela, então. Acho que ela vai perdoar-me. Eu vou encontrá-la [à aliança]. Ela mandou-me mensagens todos os dias. Eu tinha dito, aos 35 quilómetros, que ela me tinha enviado uma mensagem a dizer 'Luta por nós, vence por nós'. Depois, ainda mandou 'Medalha de ouro. Acredita", comentou também.

Leandro Bonfim já se tinha sagrado vice-campeão do Mundo em Tóquio, nos 35 km marcha. O atleta brasileiro soma agora quatro conquistas em Mundiais, incluindo dois bronzes em Budapeste (2023) e Londres (2017).

Bonfim torna-se no brasileiro mais premiado da história da marcha, superando Claudinei Quirino. A vitória também marca a terceira medalha de ouro do Brasil em Mundiais, após Fabiana Murer, no salto com vara, e Alisson dos Santos, no sprint.