Os campeões nacionais de corta-mato longo, Etson Barros (Benfica) e Mariana Machado (Sporting de Braga), festejaram hoje os títulos na 100.ª edução do campeonato nacional, na Amora, concelho do Seixal, mas apontaram desde já a objetivos internacionais.

O atleta do Benfica sagrou-se campeão absoluto e sub-23 masculinos, após ser o primeiro português a cruzar a meta nos 10 quilómetros da prova disputada na Quinta Maria Pires, em Amora, em 26.56 minutos, depois dos quenianos Edward Zakayo (Benfica) e Vincent Rono (Sporting).

“Esta era a minha ambição, conquistar o meu primeiro título, e graças a Deus que na última volta arranjei sempre um bocadinho de força e brilhei. Agora é continuar a trabalhar para estar em palcos mais altos e, quem sabe, a competir com os melhores atletas a nível europeu e mundial”, exultou o olhanense, de 22 anos, após cruzar a meta.

Barros, que no ano passado perdeu devido a “uma pequena desatenção na chagada à meta” para o colega de equipa Samuel Barata, que esteve ausente este ano para preparar a participação na maratona de Valência, assumiu, no entanto, que o foco estava no título coletivo.

“O coletivo era o mais importante, depois é que havia o individual, que é sempre uma ambição para mim correr bem a nível individual. Estou muito contente e orgulhoso”, assumiu.

No feminino, Mariana Machado conquistou o título de campeã nacional pela terceira vez consecutiva e definiu como “objetivo” conseguir “bater o recorde de vitórias na competição”, mas apontou também a metas internacionais.

“Os maiores objetivos para esta época são claramente os Campeonatos da Europa de seniores e participar nos Jogos Olímpicos, que é o maior sonho de qualquer atleta. É para isso que vou trabalhar este ano”, apontou.

Também por isso, a tricampeã nacional estava “muito satisfeita com o resultado”, uma vez que não fez “uma preparação focada no corta-mato”.

“Pela primeira vez, optei por uma estratégia completamente diferente da minha zona de conforto. Conseguimos manter um ritmo forte e, ainda assim, chegar à [volta] final com quatro das principais atletas na frente. A queniana tentou atacar, mas ainda me encontrava bem e tive forças para aguentar o ritmo”, explicou.

Sobre o título coletivo do Sporting de Braga, que repete a conquista de 2022, Mariana Machado afirmou tratar-se da prova de que o clube minhoto veio “para ficar” nesta luta.

“No ano passado conseguimos surpreender, mas este ano mostrámos que estamos aqui para continuar a manter o Sporting de Braga no lugar mais alto do pódio, no lugar que sempre lhe pertenceu, e vamos continuar a trabalhar para isso”, concluiu.

A atleta bracarense, de 23 anos, superou no historial a mãe Albertina Machado, que tem dois títulos, impondo-se nos cerca de oito quilómetros do percurso a Neide Dias (Sporting), segunda portuguesa a 12, e Ana Ferreira (Sporting), que encerrou o pódio nacional, a 32.