Os atletas Mariana Machado e Isaac Nader reconheceram hoje ter conseguido vitórias “confortáveis” nos Nacionais de estrada dos 10 quilómetros, enaltecendo os triunfos coletivos de Sporting de Braga e Benfica, em Tomar.

A bracarense Mariana Machado arrebatou o título individual pela terceira vez, a segunda consecutiva, depois dos triunfos em 2021 e 2023, ao cumprir a dupla légua em 33.17 minutos, à frente das suas companheiras de equipa Ester Navarrete e Solange Jesus, campeã em 2022, que ficaram a sete e 13 segundos, respetivamente.

“Foi relativamente confortável. Fiquei muito contente pela vitória individual, mas, mais do que isso, a vitória coletiva foi fantástica, porque há muitos, muitos anos que o Sporting de Braga não ganhava coletivamente um Nacional de estrada. Acho que mostra que viemos para ficar, que estamos a ter resultados consistentes e fiquei muito feliz”, afirmou a atleta, de 23 anos, em declarações à agência Lusa.

Coletivamente, o Sporting de Braga sucedeu ao Sporting, que tinha vencido a classificação coletiva nas últimas sete edições, reconquistando um título por equipas nesta especialidade que lhe escapava desde 2001, quando somou o seu quinto cetro, então o quarto consecutivo.

As ‘leoas’ não foram além do terceiro lugar, com 37 pontos, a quatro do Recreio de Águeda, segundas classificadas.

Sob intensa chuva, Mariana Machado lamentou não ter conseguido um melhor registo.

“Era difícil. Gostava de ter corrido na casa dos 32 minutos, mas o tempo não estava o ideal, tenho tempo para fazer essas marcas”, referiu.

Em ano olímpico, Mariana Machado justificou a ‘pausa’ no curso de medicina, enquanto frequenta o sexto ano, para tentar a presença nos 5.000 metros em Paris2024, apontando como provas 'chave’ para o conseguir os Nacionais ao ar livre e os Europeus, em Roma, assim como os 3.000 em pista coberta.

“Eu não sou diferente, como todos os atletas, sonho chegar aos Jogos Olímpicos e vou lutar para conseguir lá estar. Se continuasse a estudar e a treinar, ia acabar o curso este ano e ia ficar na dúvida, mas, assim, pelo menos, vou chegar ao fim a saber que tentei”, explicou, reconhecendo que este apuramento poderá ser mais provável via ranking, uma vez que as marcas de qualificação diretas são “extremamente exigentes”.

No masculino, Isaac Nader segurou um triunfo tranquilo, selado em 29.07 minutos, com menos dois segundos do que Rui Pinto (Sporting), campeão em 2019 e 2022, e menos quatro face ao também benfiquista Duarte Gomes, segundo e terceiro classificados, respetivamente.

“Foi uma corrida boa, disputada até aos 7, 7,5 quilómetros, quando eu e o Duarte Gomes puxámos um pouco pela corrida e ficámos só os dois e o Rui Pinto. Depois, acabei por não sprintar porque vinha controlado”, sublinhou o atleta algarvio, em declarações à Lusa.

Este desfecho, com o quinto posto de Miguel Moreira (Benfica) e o sétimo de Pedro Amaro (Benfica), colocou o emblema das ‘águias’ no topo pela oitava vez, depois de três triunfos seguidos do Sporting, que hoje não foi além do segundo lugar, com 20 pontos – mais quatro do que o Benfica. O Sporting de Braga completou o pódio, com 73.

“Sou um atleta de 1.500 metros, mas, com o treino que tenho, de bastante volume, num percurso maioritariamente plano, não é surpresa poder disputar este tipo de provas. Também não corremos muito rápido e, nesta fase da época, posso disputar estas corridas e ajudar o clube a conquistar o título de equipas, que foi o mais importante”, salientou Isaac Nader.

Mesmo fora da sua especialidade, e após estabelecer a sua melhor marca na distância, o atleta do Benfica, recente vencedor da São Silvestre de Lisboa, na mesma distância, encontra potencial para melhorar.

“A treinar para esta distância, acho que consigo correr 10 quilómetros um bocadinho mais rápido, a 28 minutos e poucos, e a prova permite, porque não é um nível muito forte. Em Valência, faz-se 27, 26 minutos, com marcas de uma grande valia, para mim é bom, mas o importante é o título coletivo e o recorde pessoal na distância, também por fazê-la poucas vezes”, concluiu.

A 31.ª edição dos Campeonatos Nacionais de estrada contaram com 1.666 inscritos (394 mulheres e 1272 homens).