A preparação do marchador João Vieira na câmara térmica do Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra foi fundamental para a conquista da medalha de prata nos 50km marcha nos Mundiais.
O atleta português, de 43 anos, sagrou-se vice-campeão do mundo em Doha, no Qatar, no dia 29 de setembro, naquele que foi o seu melhor resultado de sempre em Mundiais.
"Este foi o primeiro ano que fiz câmara térmica em três períodos de cinco dias, consoante o planeamento da treinadora, e isso foi fundamental para o meu sucesso naquela competição", disse à agência Lusa o marchador, que cometeu a proeza de ser o mais velho atleta a ganhar uma medalha em Mundiais de atletismo, todas as provas incluídas.
João Vieira efetuou a adaptação ao clima de Doha, "que era bastante adverso para todos os atletas", na sala térmica do Laboratório de Aerodinâmica Industrial, coordenada pelo fisiologista e investigador Amândio Santos.
"Achamos que [a aclimatação] foi fundamental na preparação para enfrentar a dura competição de 50 km e estou grato por ter treinado dentro desta sala, com muito sofrimento e muito suor, mas chegámos a Doha e estávamos melhor adaptados àquele clima", sublinhou.
O marchador salientou que, em Doha, os atletas foram confrontados com as altas temperaturas e o horário da competição (disputada à noite), "mas tudo foi estudado em Portugal” e, por isso, quando lá chegou “já estava totalmente adaptado e foi só corrigir alguns erros” que foram sido descobertos nos dias antes da competição.
Para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, João Vieira vai voltar a preparar-se na câmara térmica do Laboratório de Aerodinâmica Industrial, em Coimbra.
"Está tudo alinhavado para vir aqui fazer aqui a preparação para os Jogos Olímpicos. É só fazer o planeamento para vir cá no próximo ano três ou quatro vezes para me poder adaptar melhor à competição", disse o marchador de Rio Maior.
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