O norueguês Jakob Ingebrigtsen ‘reinou’ hoje nos 1.500 metros dos Europeus de pista curta de atletismo, com Isaac Nader no bronze, no dia em que ‘brilhou’ a suíça Ditaji Kambudji, com recorde da Europa nos 60 metros barreiras.

Aos 22 anos, a irmã mais nova de Mujinga Kambudji (campeã mundial dos 60 metros em 2022) afirmou-se hoje com o primeiro grande título da carreira, e fê-lo com um ‘tempo canhão’, de 7,67 segundos, que é não só a melhor marca europeia de sempre como o melhor registo mundial do ano.

O recorde da Europa anterior tinha sido fixado em 2008 por Susanna Kallur, sueca que tinha corrido a distância em 7,68, e o recorde dos campeonatos vigorava desde 1990.

Nem o recorde nacional da neerlandesa Nadine Visser, que procurava dar o ouro ao anfitrião dos campeonatos, com 7,72, ‘só’ o quarto melhor tempo europeu de sempre, chegou para bater a suíça, numa final em que a polaca Pia Skrzyszowska (7,83) foi terceira.

Entre os homens, o polaco Jakub Szymanski confirmou o estatuto de favorito, ao entrar na prova com a melhor marca europeia do ano (7,39), e venceu, desta feita com 7,43, deixando dois franceses nos outros lugares do pódio, Wilhem Belocian (7,45) e Just Kwaou-Mathey (7,50).

Os 1.500 metros valeram hoje a Portugal duas medalhas, com Salomé Afonso a conquistar a prata na corrida feminina, com 4.07,66, atrás apenas da francesa Agathe Guillemot (4.07,23), na desilusão britânica que deixou Georgia Bell, bronze em Paris2024, fora do pódio.

A compatriota Revee Walcott-Nolan tomou o bronze, numa corrida em que Patrícia Silva, terceira da família a competir numa final da distância nestes campeonatos, foi sétima.

Na corrida masculina, Isaac Nader logrou o bronze, poucos minutos depois do feito de Afonso, em mais um exercício de puro domínio de Ingebrigtsen, agora tricampeão após vencer com 3.36,56 minutos de marca, (muito) longe dos 3.29,63 que tem como recorde da Europa.

O campeão olímpico da distância em Tóquio2020, e dos 5.000 metros em Paris, deu nova mostra de superioridade, relegando o francês Azeddine Habz para o segundo posto, com 3.36,92.

No salto em comprimento, o sabor aziago do quarto lugar de Gerson Baldé (8,07 metros) foi um dos efeitos que causou o búlgaro Bozhidar Sarâboyukov, que se sagrou campeão da Europa, com 8,13 metros.

Bastou um centímetro para superar o grande favorito, o italiano Mattia Furlani, deixando no terceiro posto o espanhol Lester Lescay, num dia em que a Espanha subiu ao lugar mais alto na competição feminina do triplo salto.

Ana Peleteiro voltou a mostrar-se ao mais alto nível e os 14,37 metros com que hoje conquistou o título europeu valem-lhe a liderança continental em 2025, deixando para segundo lugar a romena Diana Ion (14,31) e no terceiro a finlandesa Senni Salminen (13,99).

“Apesar de tentarem enterrar-me, eu gosto de renascer das cinzas”, declarou a espanhola, que conquistou o segundo título europeu ‘indoor’, depois de Glasgow2019, e deu seguimento ao ouro ao ar livre em Roma2024.

No heptatlo, não há surpresas quando já se disputaram quatro das sete provas, faltando os 60 metros barreiras, o salto com vara e os 1.000 metros, agendados para sábado, e lidera folgado o norueguês Sander Skotheim, detentor do quinto melhor registo mundial de sempre na disciplina.

No sábado, além do fecho do heptatlo, disputam-se as finais do triplo salto, com o português Tiago Luís Pereira, do salto com vara feminino, o salto em altura masculino, o salto em comprimento feminino, os 60 metros masculinos e ambas as finais dos 400 metros, com João Coelho na masculina.