O anterior presidente da secção de basquetebol da Académica, Carlos Gonçalves, disse hoje compreender desistência da equipa sénior da Liga de basquetebol, anunciada na quinta-feira à noite, apesar de considerar que é um momento «muito triste».
«Compreendo este desfecho, porque na época passada também o equacionámos. O passivo de que se fala é praticamente o mesmo que a minha direção encontrou, pelo que sei bem as dificuldades que tivemos durante a época passada», disse o ex-dirigente à agência Lusa.
A Associação Académica de Coimbra (AAC) anunciou na quinta-feira à noite que «face à situação financeira em que a secção se encontra, não foi possível garantir o envelope financeiro para continuar com este projeto com a segurança e garantias que a atual situação exige».
«Não podemos deixar que seja posta em causa a sustentabilidade da Secção de Basquetebol, nem de toda a estrutura da AAC», frisou um comunicado da estrutura estudantil, lembrando que «anos de loucuras e gestões pouco claras colocaram a secção de basquetebol num limite».
A secção de basquetebol da Académica atravessa graves problemas financeiros, somando um passivo que se situa entre os 250 e os 300 mil euros, de acordo com o atual presidente, João Bigotte, tendo faltado ao jogo de sábado passado com a Oliveirense.
«Todos entenderam, entre jogadores, treinadores, dirigentes, conselho desportivo e DG/AAC, que em primeiro lugar está o futuro da secção de basquetebol e a AAC, e por isso decidimos por fim a este projeto da equipa sénior», sintetiza o comunicado da AAC.
No entanto, o documento adianta que o basquetebol «vai passar por uma reestruturação organizativa, administrativa e financeira, eliminando o seu passivo e dotando-a da estabilidade e sustentabilidade».
Por outro lado, será alvo de uma reformulação desportiva, através da «criação de um projeto de futuro assente sobretudo na formação, que passará a ser a prioridade na secção de basquetebol».
Para o anterior presidente da secção Carlos Gonçalves «chegou a hora de todos os que gostam efetivamente da Académica e do seu basquetebol se unirem para prepararem um futuro melhor», pois «não é hora de divisões».
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