O selecionador Mário Gomes quer uma seleção portuguesa de basquetebol melhor, sobretudo em termos defensivos, para selar, nos redutos de Chipre (quinta-feira) e Bulgária (domingo), a vitória no Grupo F da segunda ronda de pré-qualificação para o Eurobasket2025.
“Esperamos estar em condições de poder repetir os resultados que tivemos em casa, sabendo que, para os repetir, não chega estar tão bem como nesses jogos, temos de dar um salto e estarmos melhor”, explicou à agência Lusa Mário Gomes.
Portugal superou em casa o Chipre por 102-69, com 17 pontos e 13 ressaltos do agora ausente Neemias Queta, e venceu na receção aos búlgaros, já sem o poste da NBA, por 88-78, mas, de acordo com o selecionador luso, os jogos vão ser agora “mais difíceis”, até porque “são fora de casa”.
“Temos de ser melhores em termos defensivos. Nos restantes aspetos, se estivermos ao mesmo nível, não vamos ter problemas, mas, defensivamente, temos de conseguir melhor, como na segunda parte contra a Bulgária (parcial de 44-26), e nem um minuto como na primeira parte desse mesmo jogo (44-52)”, frisou.
A seleção lusa enfrenta uma jornada dupla e tudo se deverá decidir no segundo encontro, na Bulgária – onde, vencendo no Chipre, Portugal pode perder por menos de 10 pontos -, mas Mário Gomes quer, primeiro, todo o foco no jogo de Nicósia.
“O Chipre equilibrou os dois jogos que fez em casa [65-69 com Roménia e 66-75 com a Bulgária] e é nisso que temos de pensar, que as circunstâncias vão ser diferentes do jogo em casa, até porque o ambiente no Chipre pesa, é quente”, disse.
De acordo com Mário Gomes, os cipriotas até poderão vir a utilizar um “poste norte-americano naturalizado”, mas, independentemente disso, é preciso lembrar que equilibraram o jogo com a Bulgária, que “podia ter caído para qualquer lado”.
“Até quinta-feira, não vamos pensar noutra coisa [que não no Chipre] e foi essa a mensagem que transmiti aos jogadores no primeiro treino”, frisou Mário Gomes, desvalorizando também a proximidade dos encontros, já que, a este nível “os jogadores estão habituados a disputar dois jogos por semana”.
Segundo o selecionador luso, o tempo de preparação é o “possível” e há que aproveitá-lo da “melhor maneira”, sendo a defesa a sua maior preocupação, até porque, por falta de tempo para treinar, desde o verão de 2021, “não há uma base sólida”.
“Vamos apelar à química da equipa, à mentalidade e à atitude positiva dos jogadores para procurar suprir essas falhas defensivas”, afirmou Mário Gomes, garantindo uma equipa “em condições para competir na quinta-feira e também no domingo”.
Face aos búlgaros, uma derrota por menos de 10 pontos poderá servir, se as duas equipas ganharam na quinta-feira – a Bulgária na Roménia -, algo que os jogadores lusos “têm a experiência internacional necessária para encarar como deve ser encarado”.
“Não adianta pensar na vantagem de 10 pontos. Os jogadores têm de ter a cabeça limpa em relação a isso e jogar para ganhar. Pode ter influência é se, no final, o resultado estiver equilibrado e podermos jogar com essa ‘almofada’”, explicou à Lusa.
Independentemente dos cenários que se colocarem, o objetivo “é ganhar o grupo e seguir já para a fase de qualificação”, para a qual se qualifica apenas o vencedor do grupo, com as restantes equipas a rumarem à terceira fase de pré-qualificação.
“Se ganharmos o grupo e seguirmos já para a qualificação, isso pode ter um impacto positivo e trazer mais gente para apoiar a seleção. Por muita promoção que se faça, são os resultados que trazem mais público”, finalizou Mário Gomes.
Para este duplo embate, o selecionador luso escolheu 13 jogadores, sendo que, da lista inicial, caiu o extremo Nuno Sá (CAB Madeira) e entrou o base Pedro Bastos (Vitória de Guimarães).
A seleção portuguesa de basquetebol joga na quinta-feira com o Chipre, em Nicósia, pelas 17:00 (em Lisboa), e no domingo frente à Bulgária, em Botevgrad, a partir das 16:00, nos dois últimos jogos no Grupo F da segunda ronda de pré-qualificação para o Eurobasket2025.
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