Um contrarrelógio de 8,6 quilómetros na cidade de Turim marca hoje a partida para a 104.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, com três portugueses, incluindo o antigo líder João Almeida (Deceuninck-QuickStep), em prova.
Na corrida de 21 etapas, que termina em 30 de maio com novo ‘crono’, em Milão, Almeida procurará voltar a fazer história, depois de acabar a edição de 2020 no quarto lugar final, tendo liderado durante 15 dias o Giro.
Também Ruben Guerreiro (Education First-Nippo) regressa a uma prova em que foi feliz no ano transato, depois de ter vencido a classificação da montanha, um feito inédito para Portugal em grandes Voltas, e uma etapa, a nona, em Roccaraso.
Mas o primeiro a sair para a estrada na 104.ª edição será Nelson Oliveira (Movistar), iniciando o ‘crono’, a sua especialidade e na qual costuma ‘brilhar’, pelas 13:33 de Lisboa, num regresso a uma corrida que não fazia desde 2013.
O ciclista da Movistar chega à ‘corsa rosa’ num dos melhores momentos de forma da carreira, após ter sido segundo na Volta à Comunidade Valenciana e nono na Volta às Astúrias, a caminho dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este verão.
Também João Almeida tem estado bem, com um terceiro lugar na Volta aos Emirados Árabes Unidos, o sexto no Tirreno-Adriático e o sétimo na Volta à Catalunha, tudo corridas WorldTour.
Ruben Guerreiro traz um oitavo lugar na Volta aos Alpes, na ‘antecâmara’ da corrida, e terá um papel duplo, entre procurar vitórias em etapas e apoiar o chefe de fila, o britânico Hugh Carthy.
O favoritismo à conquista da primeira grande Volta do ano, à partida, recai sobre o colombiano Egan Bernal (INEOS), antigo vencedor da Volta a França, que mesmo com uma lesão nas costas traz o melhor bloco entre as 23 equipas em prova, 19 do WorldTour e quatro convidadas, e sobre o britânico Simon Yates (BikeExchange).
Yates chegou perto em 2018, antes de um colapso a poucos dias do fim, e em 2020 testou positivo à covid-19, sendo forçado a abandonar, regressando para ‘ajustar contas’ com a ‘corsa rosa’.
Sem o campeão em título, o britânico Tao Geoghegan Hart (INEOS), o único membro do pódio presente é o australiano Jai Hindley (DSM), este ano acompanhado pelo francês Romain Bardet.
João Almeida, quarto em 2020, também surge com uma segunda figura, o belga Remco Evenepoel, que regressa à competição meses depois de uma queda na Volta à Lombardia, no ano passado, o ter afastado das corridas.
O ‘prodígio’ vinha a vencer todas as corridas, em algumas em duo com Almeida, e é visto como um novo Eddy Merckx, numa dupla jovem que poderá lutar pela vitória, mas que deixa a incógnita de quem liderará realmente a formação belga.
Ruben Guerreiro sairá para a estrada pelas 14:33 de sábado, com João Almeida a iniciar o exercício pelas 15:29, horas de Lisboa.
Outros nomes, como o ‘veterano’ Vincenzo Nibali (Trek-Segafredo), já vencedor das três grandes Voltas, o russo Alexander Vlasov (Astana) ou o espanhol Marc Soler (Movistar), podem ter uma palavra a dizer nas contas do pódio final.
O percurso é acidentado, apresentando dois ‘cronos’, em vez de três como em 2020, e uma mão cheia de oportunidades para ‘sprinters’, concentrando-se mais no centro e norte da ‘bota’ italiana, com traçado favorável a trepadores e uma última semana decisiva, entre a alta montanha e o contrarrelógio final, de 30,3 quilómetros, em Milão.
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