A apresentadora norte-americana Oprah Winfrey afirmou hoje que o ex-ciclista Lance Armstrong «respondeu às questões mais importantes que todos queriam colocar-lhe», durante a entrevista na qual terá admitido o uso de substâncias dopantes durante a sua carreira.
«Acho que foram feitas as questões mais importantes e as respostas que as pessoas querem ouvir foram dadas», afirmou Oprah Winfrey, que durante duas horas e meia entrevistou o ciclista norte-americano, que perdeu os sete títulos na Volta a França devido a um escândalo de doping.
Durante a entrevista, Lance Armstrong terá, segundo os jornais New York Times e USA Today, admitido pela primeira vez o uso de substâncias proibidas durante a carreira.
A alegada confissão, divulgada pelos jornais, não foi confirmada por Oprah, que destacou a «boa preparação» de Armstrong para a entrevista, a primeira desde que a União Ciclista Internacional decidiu, em outubro de 2012, retirar-lhe os sete títulos do Tour e irradiá-lo da modalidade.
A decisão da UCI foi tomada depois de a Agência Antidoping dos Estados Unidos ter acusado Lance Armstrong, de 41 anos, de levar a cabo o «programa de doping mais sofisticado da história do desporto» no seio da equipa US Postal e da equipa sucessora, a Discovery Channel.
A produção do programa de Oprah Winfrey decidiu emitir a entrevista praticamente na íntegra, divida em dois blocos, que irão para o ar na quinta e na sexta-feira e poderão também ser vistos na internet.
«Para nós era impossível cortar e não mostrar metade da entrevista, pela qual milhões de pessoas esperam há anos», afirmou Oprah.
Sem nunca ter tido um resultado positivo nos exames antidoping, Armstrong, campeão do mundo em 1993, um dos raros títulos que manteve, negou durante anos ter recorrido a qualquer droga para melhorar a sua condição física e facilitar a sua vitória nas competições, acabando por ser prejudicado por testemunhos de alguns dos seus antigos colegas de equipa.
A confissão de Armstrong poderá obrigar à devolução do dinheiro dos prémios que arrecadou e até culminar em acusações criminais, arriscando a prisão, segundo alguns juristas.
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