A consistência ao longo das quatro provas do omnium e a ‘garra’ que demonstrou na última, os pontos, valeram hoje à ciclista portuguesa Maria Martins o bronze no concurso olímpico do omnium dos Mundiais de pista.
A portuguesa somou, ao todo, 99 pontos, conseguindo novo bronze em Mundiais de elite, depois de ter sido terceira na corrida de scratch do campeonato do mundo de 2020, e conseguiu nova medalha para Portugal, menos de uma hora depois do terceiro lugar de Ivo Oliveira na perseguição individual.
O título mundial foi para a norte-americana Jennifer Valente, campeã olímpica do omnium em Tóquio2020, em que Maria Martins foi sétima, somando 118 pontos, com a neerlandesa Maike van der Duin no segundo posto, com 109.
Menos de uma hora depois de Ivo Oliveira ser terceiro na perseguição individual, ‘Tata’ Martins juntou-se-lhe na subida ao pódio, nas primeiras medalhas de Portugal nesta edição dos Mundiais, e a quarta e quinta, respetivamente, em toda a história destes campeonatos para o país. Os dois isolaram-se no topo da lista de laureados em Mundiais de elite, com duas medalhas cada.
Martins, de 23 anos, é responsável por duas delas, já que trazia na ‘bagagem’ um bronze no scratch em 2020, e é a única ciclista portuguesa numa prova de pista em Jogos Olímpicos, com o sétimo lugar no omnium em Tóquio2020.
Hoje, abriu com um oitavo posto no scratch, na corrida menos conseguida das quatro, mas em que recuperou na última volta, enquanto o domínio da norte-americana Jennifer Valente já se ‘adivinhava’.
A corredora da Moçarria, em Santarém, fez depois uma prova de tempo notável, ao pontuar em duas voltas (o que acontece ao ser a primeira a cruzar a meta em cada volta), antes de se juntar a outras quatro ciclistas para dar uma volta de avanço ao pelotão, acabando com 22, a um ponto da vencedora.
Na eliminação, e depois de uma falsa partida, ‘Tata’ Martins caiu pouco depois da primeira eliminação, mas sem consequências, trocando de bicicleta com a corrida neutralizada.
Acabou em quarto esta prova, entrando na corrida de pontos, decisiva, com o pódio à sua mercê e conseguindo somar três preciosos pontos para subir ao terceiro lugar, ultrapassando a norueguesa Anita Stenberg.
A luta pelo bronze foi a mais acesa da prova final, já longe de Jennifer Valente, quase num ‘campeonato só dela’, e de Van Der Duin, o novo valor da endurance neerlandesa.
De resto, mais do que pontuar, foi de controlo a corrida da portuguesa, depois da consistência ao longo das quatro provas, face aos avanços sobretudo da belga Lotte Kopecky, eventual sexta, à procura de somar 20 pontos e saltar para as medalhas.
A demonstração de garra e uma experiência algo invulgar, aos 23 anos, permitiu a Maria Martins chegar às duas medalhas em Mundiais, à entrada para o ano de qualificação olímpica para Paris2024, num Velódromo a que quererá voltar então, assim como Ivo Oliveira, tendo os dois deixado um ‘carimbo’ de boa memória nas tábuas de Saint-Quentin-en-Yvelines.
Portugal está representado em Saint-Quentin-en-Yvelines por Ivo Oliveira, Rui Oliveira, João Matias, Maria Martins e Daniela Campos, num Campeonato do Mundo que decorre até domingo.
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