Vários ciclistas profissionais do pelotão português, que estão a participar no Grande Prémio Douro Internacional, prova do calendário nacional, aproveitaram a possibilidade de votar em mobilidade e, antes do início da corrida, exerceram o seu direito nas eleições europeias.
Os atletas reuniram-se um pouco mais cedo no local da partida da terceira da etapa da prova, em Tabuaço, distrito de Viseu, muitos deles já trajados a rigor para a competição, pousando as bicicletas e gastando apenas alguns minutos para votarem, mostrando a satisfação pela oportunidade.
“Somos três portugueses na equipa e viemos mais cedo, numa carrinha à parte, para cumprir este nosso direito. Votar pela primeira vez fora da nossa área de residência é algo de muito positivo. Se não houvesse essa possibilidade, seria impossível participarmos nesta votação”, disse João Matias, de 31 anos, que compete na Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua.
Essa oportunidade foi também elogiada por Pedro Castro Pinto, jovem corredor da Efapel, que tem residência em Guimarães, distrito de Braga, a mais de 130 quilómetros de Tabuaço, onde hoje tinha de desempenhar a sua atividade profissional.
“Esta flexibilidade de votar numa terra diferente de onde moramos é excelente. Espero que seja algo que seja para ficar. Ajuda a exercermos a nossa liberdade de votar. É mesmo muito positivo”, afirmou.
Joaquim Silva, companheiro de equipa na Efapel, considerou que esta iniciativa, que foi incentivada pela organização do Grande Prémio Douro Internacional, serve de “exemplo para a sociedade”.
“Se nós, ciclistas, que estamos em competição, conseguimos tirar alguns minutos para votar, muita gente também o pode fazer. Apesar de não seguir, aprofundadamente, a política, tento sempre exercer este meu direito. Quem não o faz fica depois com poucos argumentos para criticar as decisões políticas”, completou.
Rui Carvalho, ciclista da GI Group-Simoldes-UDO, reforçou a ideia do companheiro de profissão: “Votando, é a melhor forma mostrar a nossa voz. Se queremos mudanças temos de votar”.
O momento também serviu para fazer história no ciclismo português, pois nunca antes os atletas que participam numa prova tiveram a igual oportunidade de, no mesmo dia, participarem num sufrágio.
“Nada mudou nas nossas rotinas, porque chegamos sempre mais cedo ao início das etapas. Ficamos felizes por exercer o nosso direito. O ciclismo deu um bom exemplo e o dia hoje fica, também, na história da nossa modalidade”, partilhou Hernâni Broco, diretor desportivo da Credibom-LA Alumínios-Marcos Car, que acompanhou os atletas na ida ao local de voto.
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