A futura Sabgal, sucedânea da Glassdrive-Q8-Anicolor, tem o projeto de subir a ProTeam, o segundo escalão do ciclismo mundial, em três anos, revelou Carlos Pereira à Lusa, admitindo ainda estar em negociações com um ciclista português do WorldTour.
“[Há] o projeto de, em três anos, analisar e subir a ProTeam”, avançou quinta-feira à agência Lusa o ‘dono’ da principal equipa do pelotão nacional, após ter apresentado a Sabgal, uma empresa do ramo alimentar, como patrocinador para as próximas três épocas, num contrato renovável por mais três.
Carlos Pereira destacou a importância da longevidade do acordo, estimando-a inédita no ciclismo português, e, depois de elogiar os anteriores patrocinadores da sua estrutura, na qual pontificam, entre outros, o uruguaio Mauricio Moreira, vencedor da Volta2022 e ‘vice’ da edição de 2021, e Frederico Figueiredo, vice-campeão da Volta2022 e melhor luso a correr em Portugal, explicou o porquê de este projeto ser distinto dos anteriores.
“Eu não estou a dizer que este patrocinador é melhor do que os outros, não. O que eu estou a dizer é que o projeto que este patrocinador tem para a equipa é diferente. É uma pessoa que tem ambição. Se chegasse há uns anos a um dos patrocinadores e dissesse que queria fazer uma equipa Continental Pro, diziam-me que era megalómano. Com este patrocinador, está na mesa. É essa a grande diferença”, notou.
O Clube Desportivo Fullracing, na base desta formação do terceiro escalão do ciclismo mundial que existe há 27 anos, e a Sabgal querem “que esta equipa portuguesa tenha uma dinâmica e uma ambição a nível internacional maior do que tem sido até aqui”.
Assim, segundo Carlos Pereira, decorrem negociações “com dois corredores” atualmente no estrangeiro. “Um deles está no WorldTour e é português”, avançou, deixando a dúvida sobre se estaria a falar de André Carvalho ou Rui Costa, os únicos lusos sem contrato para a próxima época.
A entrada do novo patrocinador também representa um reforço do orçamento da equipa, atualmente “na ordem dos 700 mil euros”, para 2024.
“O orçamento subiu significativamente, percentualmente. Subiu 25%, o que é muito nos anos que correm. […] Para já, vai-se refletir na contratação de dois corredores que estão fora. Logo aí, reflete-se muito. Esses 25% já ultrapassam o que se vai gastar”, referiu.
Carlos Pereira justificou ainda as (excessivas) expectativas criadas nas redes sociais da sua equipa nos últimos dias, defendendo que a estratégia foi propositada. “Eu pus milhares de pessoas, coisa que nenhuma equipa consegue fazer, a falar de nós”, completou.
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