O ciclista luxemburguês Benoît Joachim, antigo colega de equipa do norte-americano Lance Armstrong, lamentou a um jornal luxemburguês, em entrevista publicada hoje, nunca se ter dopado nem ter trabalhado com o médico Michele Ferrari.
«Eu tive a oportunidade de trabalhar com ele [Ferrari]. Infelizmente, reforço, infelizmente, não o pude fazer por diversas razões, particularmente, o medo de ter um controlo positivo», assegurou ao jornal Le Quotidien o antigo companheiro de Armstrong, de 1999 a 2006.
O ciclista, já retirado, acrescenta ser um grande «lamento» seu nunca se ter dopado, se olhar para «tudo o que teria ganho em trabalhar com Ferrari», principalmente a nível de «salários e reputação».
«Com ele [Ferrari], eu teria feito uma carreira melhor e, se virmos bem, poucos foram apanhados pelos controlos antidoping», insiste o antigo ciclista, elogiando o médico que está referenciado nos relatórios da Agência de Antidopagem Norte-americana (USADA) e que foi banido para sempre da atividade.
Joachim refere-se ao médico italiano como «um génio», um «homem melhor do que muitos dos pesquisadores que trabalham na luta antidopagem».
O luxemburguês, que teve um controlo positivo por nandrolona em 2000, mas que nega saber a causa do mesmo, defende ainda Lance Armstrong, chamando de «ridícula» a investigação da USADA, que custou ao norte-americano todos os seus títulos no Tour de França.
«O Armstrong era um grande campeão e vai continuar a sê-lo. Normalmente há um vencedor por competição, mas naqueles anos [1999-2005] era só Armstrong», sublinhou.
O antigo ciclista da US Postal e da Discovery Channel, que afirma ter lido o relatório da USADA, continua a defesa de Lance Armstrong e reforça as suas dúvidas sobre a investigação.
«As acusações contra Armstrong são baseadas em testemunhos de ciclistas norte-americanos. Eu, que corri nove anos sob as ordens de Johan Bruyneel, nunca fui questionado pelos investigadores», diz Joachim, apelidando de «cobardes» os ciclistas que testemunharam, que segundo ele, «ganharam muito dinheiro graças a Armstrong».
O luxemburguês termina dizendo que «sempre houve doping no ciclismo e sempre haverá», garantindo nunca ter havido «doping organizado» nas equipas por onde passou.
Hoje, com 36 anos, Benoît Joachim está já retirado, depois de ter pedalado 11 anos a nível profissional, entre 1998 e 2009.
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