O ex-ciclista norueguês Thor Hushovd revela na sua autobiografia que Lance Armstrong lhe admitiu em 2011 a prática de doping e considera que a União Ciclista Internacional (UCI) protegeu o norte-americano.
No livro, que será publicado na quinta-feira, Hushovd revela uma conversa entre ambos, na qual Armstrong, em discussão sobre doping, disse: “todos nós o fizemos”.
“Não acreditei no que ouvi. Estava ali sentado, a admitir diretamente que tinha usado doping”, descreve o campeão do Mundo de 2010, citado por um jornal dinamarquês.
Na sequência de uma investigação da Agência Antidopagem dos Estados Unidos, Lance Armstrong foi banido para sempre do ciclismo em 2012 e viu anulados todos os seus resultados conquistados a partir de agosto de 1998, incluindo as sete vitórias na Volta a França (1999-2005).
“(Armstrong) confirmou o que Tyler Hamilton e muitos outros à sua volta disseram: que Lance Armstrong não ganhou como um desportista limpo. As acusações de doping foram completamente inesperadas para mim, mas parece que para ele (Armstrong) não foi nada de especial”, acrescenta.
O norueguês mostra arrependimento por não ter respondido: “Eu queria dizer-lhe que ele estava errado. Que não era de forma alguma verdade que todos se dopassem. Eu não o fiz. Devia ter dito que estava limpo, que nunca me dopei e jamais o faria. Penso que ele achava que eu me dopava também”.
Hushovd também revela que considera o sistema corrupto e que a própria UCI encobriu situações de doping do norte-americano.
“(Armstrong) era a grande estrela e o menino de ouro deste desporto. Para a UCI seria uma grande perda fosse apanhado e desmascarado como batoteiro. Acredito que testes positivos foram escondidos de modo a poupá-lo e a proteger o ciclismo”, acusou.
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