Vincenzo Nibali (Astana), Chris Froome (Sky) e Nairo Quintana (Movistar) assumiram hoje a sua candidatura ao triunfo na 102.ª Volta a França em bicicleta, mas nenhum deixou de alertar para a qualidade dos adversários.
Vencedor em título, o italiano Vincenzo Nibali considerou que, apesar de uma temporada modesta, provocada pela difícil transição da euforia pós-Tour2014 para a realidade, está “em linha” com a condição no ano passado.
“Há corredores que ganharam mais do que eu, o Froome no Dauphiné, o Contador, o Quintana. Mas chego em boa condição”, disse o líder da Astana, que garantiu estar no pico da sua forma para enfrentar a prova que arranca no sábado em Utrecht, na Holanda.
No entanto, tendo em conta a fortíssima lista de inscritos da 102.ª edição, Nibali não excluiu, numa conferência de imprensa de antevisão em Utrecht, que um lugar no pódio final possa ser um bom resultado.
“Os melhores ciclistas do Mundo estão cá. É preciso regressar a [Ottavio] Bottecchia [nos anos 20] para encontrar um italiano que tenha vencido a Volta a França de forma consecutiva. Isso atesta a dificuldade, mas darei o meu melhor”, prometeu o recém-coroado campeão italiano de fundo (é a sua única vitória de época).
Nibali desculpou-se ainda com Nairo Quintana, por ter questionado a sua opção de preparar-se na Colômbia em vez de participar nas provas europeias, e apontou mesmo o jovem colombiano com o grande favorito.
“Talvez ele pense isso de mim. Eu penso que [os favoritos] são ele e o Contador. Pelo menos são os meus adversários mais perigosos. O Alberto tem o objetivo de fazer a ‘dobradinha’ Giro-Tour e eu acredito que o possa fazer. Quanto ao Froome, pode estar um pouco atrás [dos outros dois], mas não o excluo”, analisou o segundo classificado da edição de 2013.
Depois de um ano de ausência, no qual venceu o Giro, o ciclista colombiano da Movistar encontrou um percurso que lhe agrada. “Há etapas complicadas, preparei-me muito bem para ultrapassá-las. Vai ser uma bela Volta a França”, vaticinou.
Já o britânico da Sky, vencedor em 2013, reconheceu sentir-se mais solto do que no ano passado, uma vez que não sente a pressão de defender o dorsal número 1.
“Chego numa condição perfeita, apoiado por uma equipa que, na minha opinião, é a melhor do pelotão. Há um ano que me estou a preparar, desde os minutos que se seguiram à minha desistência. O primeiro objetivo é passar sem danos a primeira semana, que se apresenta como uma sucessão de clássicas. Tenho ao meu lado rapazes especialistas nesse tipo de provas, que me ajudarão a ultrapassar sem problemas os nove primeiros dias”, defendeu.
Froome considerou que a ‘Grande Boucle’, que ligará Utrecht, na Holanda, a Paris, em 21 etapas, será muito aberta.
“Não há apenas um tipo a vigiar, mas vários. Diria que, sem dúvida, oito. Alberto Contador é um deles, evidentemente. Ele fixou um desafio enorme, a ‘dobradinha’ Giro-Tour. Será interessante ver como responderá na terceira semana. O Nibali quererá deixar a sua marca nos primeiros dias, que lhe são favoráveis. Quanto ao Quintana, não se mostrou muito esta época, mas vai aparecer na montanha”, analisou.
Apenas Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) não se apresentou hoje diante dos meios de comunicação, já que na véspera tinha falado aos jornalistas, à margem da apresentação dos participantes da 102.ª edição.
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