Os Europeus de ciclismo de pista de Grenchen não poderiam ter começado melhor para Portugal, com a seleção nacional a conquistar um ouro, com Maria Martins, e uma prata, com Rui Oliveira, nas duas primeiras provas que disputou.
‘Tata’ Martins abriu a participação lusa no velódromo suíço com um título europeu em scratch, conseguido com grande à vontade, num ‘mano a mano’ com a espanhola Eukene Larrarte.
As duas ‘pistards’ isolaram-se a 10 voltas do final e beneficiaram da desorganização das perseguidoras, com a portuguesa a levar a melhor no duelo da última volta, festejando ainda antes de cortar o risco.
“Eu e a corredora espanhola saímos a mais ou menos 10 voltas do final e, quando percebi que as voltas passavam e nós continuávamos a ganhar espaço, percebi que poderia lutar pela vitória. Senti-me bem e guardei as minhas forças para o final. É muito especial vestir esta camisola na categoria elite e estou muito feliz com esta vitória. Foi um dia perfeito”, resumiu Maria Martins, citada pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
A polaca Daria Pikulik ficou com o bronze numa disciplina que consiste numa corrida de 10 quilómetros, para o pelotão feminino (no masculino são 15), e é a mais simples de descrever no que à pista diz respeito: a primeira ciclista a cortar a meta é a vencedora, sem outras formas de pontuar ao longo das 40 voltas.
A jovem portuguesa, de 23 anos, juntou o ouro de hoje à medalha de bronze conquistada na mesma disciplina no Mundial de elites de 2020.
“É uma sensação indescritível!”, afirmou Maria Martins, após conquistar pela primeira vez o ouro num Europeu de elite.
Esta é mais uma página dourada de um palmarés histórico, já que ‘Tata’, como é conhecida, é pioneira no ciclismo português, tendo estreado o país na pista em Jogos Olímpicos, com um sétimo lugar no omnium em Tóquio2020, e sendo a primeira lusa a correr no pelotão WorldTour feminino, após juntar-se à equipa belga Fenix-Deceuninck.
Ainda a delegação portuguesa, que cantou o hino nacional a plenos pulmões, festejava o ouro de Maria Martins e já Rui Oliveira estava na pista a dar uma lição de tática na prova de eliminação, que foi quase perfeita, não fosse o alemão Tim Torn Teutenberg ter-se superiorizado no duelo pelo ouro.
O gaiense de 26 anos ‘repetiu’ a prata alcançada nos Europeus de 2018, na mesma disciplina em que, um ano antes, tinha sido bronze.
“Este é o terceiro pódio que conquisto na corrida de eliminação na categoria elite. Um dia, espero voltar para conseguir alcançar o ouro. Corri para ganhar e estou orgulhoso da forma como enfrentei esta prova tão difícil”, disse Rui Oliveira.
A maior surpresa na prova de eliminação, na qual o neerlandês Philip Heijnen foi bronze, foi o quinto lugar do bicampeão mundial, o italiano Elia Viviani.
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