O “Incrível” Peter Sagan (Cannondale) calou hoje todas as críticas, deixando os lugares de honra para assumir o papel de vencedor de etapa e consolidar a liderança da classificação da regularidade da Volta a França em bicicleta.
Com a amarela entregue a um tranquilo e histórico Daryl Impey (Orica-GreenEdge), o eslovaco tornou-se na figura do dia, dando espetáculo no sprint final da sétima etapa, em Albi, para bater o alemão John Degenkolb (Argos-Shimano) e o italiano Daniele Bennati (Saxo-Tinkoff).
«Espero que a vitória de hoje dê uma resposta a todos os fãs que me criticaram e à minha equipa na internet. Agora a pressão deixou de existir», afirmou Sagan
Em dia convulso para a RadioShack nos bastidores, a equipa lançou-se ao ataque logos nos primeiros quilómetros, primeiro com Jens Voigt, que na companhia de Blel Kadri (AG2R), andou em fuga até aos 97 quilómetros, depois com o primeiro líder da Volta a França, Jan Bakelants.
O belga saltou do pelotão ao quilómetro 138 e levou na roda Cyril Gautier (Europcar) e Juan José Oroz (Euskaltel-Euskadi) para uma fuga que viria ser anulada pelo esforço da Cannondale.
Cansada de ver Peter Sagan nos lugares de honra, sem qualquer vitória, a formação italiana aproveitou o atraso dos principais sprinters, nomeadamente Mark Cavendish e Andre Greipel, que ficaram para trás no Col de la Croix de Mounis, de segunda categoria, para assumir o controlo da corrida e preparar o melhor cenário para o sucesso do camisola verde.
E o trabalho não podia ter sido mais bem conseguido: na reta da meta, com os homens rápidos que restavam a acelerarem e atacarem de todos os lados, Sagan, tapado e encostado do lado esquerdo, soube esperar por uma aberta para, perante um John Degenklob em potência máxima, sprintar e festejar.
Não houve festejos irreverentes, nem declarações explosivas, apenas alívio por ter conquistado um primeiro lugar depois dos três segundos (Ajaccio, Calvi, Montpellier) e de um terceiro (Marselha).
«Depois da minha queda [na primeira etapa], não me sentia bem. Mas mantive-me confiante e pude reencontrar as boas sensações», assumiu o vencedor, que cumpriu os 205,5 quilómetros desde Albi em 4:54.12 horas.
Aos 23 anos, “Incrível Hulk”, como é conhecido no pelotão, tem já quatro etapas no Tour e 14 triunfos esta época, num total de 53 na sua precoce carreira.
«Quero agradecer aos meus colegas que fizeram um excelente trabalho do qual pude beneficiar no final. Foi graças ao coletivo que pude ganhar», destacou Sagan, que igualou Cavendish no topo do “ranking” de vitórias em 2013.
No pelotão, sem preocupações, chegou Impey, o primeiro africano a vestir a camisola amarela na história do Tour, assim como os favoritos e o português Rui Costa, que chegou entre Chris Froome (Sky) e Cadel Evans (BMC).
Sérgio Paulinho (Saxo-Tinkoff) voltou a perder tempo, chegando no grupo dos sprinters a 14.37 minutos, o que o coloca na 128.ª posição da geral.
Este sábado chegam as primeiras decisões, com a etapa entre Castres e Ax 3 Domaines, na distância de 195 quilómetros, a ser propícia para os candidatos à vitória geral, já que inclui uma contagem de categoria especial, no Col de Pailhères, e um final de primeira categoria a coincidir com a meta.
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