
Tadej Pogacar (UAE Emirates) conquistou hoje pela primeira vez o Critério do Dauphiné, ampliando o seu impressionante currículo após uma oitava e última etapa vencida pelo ciclista francês Lenny Martinez (Bahrain Victorious).
Pogacar levou até ao risco da meta o seu esperado duelo com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), que foi segundo na tirada a 34 segundos do vencedor, o ‘fugitivo’ Martinez, que cumpriu os 133,3 quilómetros entre Val-d'Arc e Plateau du Mont-Cenis em 3:34.18 horas.
O esloveno da UAE Emirates foi terceiro na etapa, deixando, inclusive, o seu arquirrival dinamarquês sprintar à sua frente, e confirmou o triunfo final no Critério do Dauphiné, diante do ciclista com quem tem alternado no palmarés da Volta a França e do alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe), que fechou o pódio.
Na sua segunda participação na prova francesa, onde se tinha estreado em 2020, ‘Pogi’ garantiu a vitória na geral, além de três triunfos em etapas, e demonstrou estar, a três semanas do arranque do Tour, uns ‘degraus’ acima dos ciclistas que o escoltaram no pódio na passada edição, sobretudo em relação a Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), que hoje ainda tentou atacar, mas acabou na quarta posição, a 4.21 minutos.
Apesar de contar com uma poderosa Visma-Lease a Bike nesta corrida, Vingegaard, o bicampeão da Volta a França (2022 e 2023) que foi ‘vice’ no ano passado, nunca conseguiu acompanhar o seu rival esloveno, acabando em segundo, a 59 segundos – o abalo na sempre débil confiança do dinamarquês pode ter um impacto maior do que o esperado na próxima edição do Tour, que começa em 05 de julho.
Aos 26 anos, Pogacar inscreveu, assim, o prestigiado Dauphiné no seu impressionante currículo, ficando a apenas uma vitória de atingir as 100.
“Foi uma semana fantástica. Mais uma vez, hoje o trabalho da equipa foi excecional. Conseguimos defender a camisola, podemos ir para casa felizes para preparar o Tour”, resumiu ‘Pogi’, mostrando-se satisfeito por “finalmente” ganhar a corrida francesa.
No último dia como ciclista profissional de Romain Bardet, o francês da Picnic PostNL que subiu três vezes ao pódio final do Tour – como vice-campeão, em 2016, como terceiro classificado no ano seguinte, e como ‘rei’ da montanha em 2019 -, uma fuga com nomes de ‘peso’ animou a jornada.
Martinez, Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck), Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), Enric Mas e Iván Romeo (Movistar), Ben Healy (EF Education-EasyPost), Tobias Foss (INEOS) ou Alexey Lutsenko (Israel-Premier Tech) estiveram entre os homens que tentaram a sua sorte nos acidentados 133,3 quilómetros entre Val-d'Arc e Plateau du Mont-Cenis.
Numa jornada que incluía duas contagens de primeira categoria, a última das quais já perto da meta, os fugitivos foram perseguidos pela Uno-X, preocupada em preservar o quinto lugar de Tobias Halland Johannessen, ‘ameaçado’ por Mas, 10.º classificado à partida da derradeira tirada.
Van der Poel ainda se lançou em solitário, a 58 quilómetros do final, em busca da camisola por pontos – saiu derrotado no desempate com Pogacar -, mas acabou por aguardar pelos perseguidores a 17 quilómetros da meta.
Com uma dezena de quilómetros para percorrer, Paul Seixas, o jovem de 18 anos da Decathlon AG2R La Mondiale que era sexto no início da jornada, caiu e perdeu contacto com o grupo do camisola amarela, que naquela altura tinha pouco mais de um minuto de vantagem sobre Mas e Martinez.
O francês da Bahrain Victorious deixou para trás o espanhol da Movistar, enquanto lá atrás, após o ataque de Evenepoel, Vingegaard acelerou para levar apenas Pogacar na roda.
O dinamarquês ainda ‘engatou’ em Kuss, mas seria com o líder da UAE Emirates que chegaria à meta, 34 segundos depois de Martinez.
Apesar de ter tido um dia menos conseguido – foi sétimo, a 47 segundos -, Florian Lipowitz manteve o terceiro lugar da geral final, acabando a 2.38 do vencedor.
Comentários