O ciclista Nelson Oliveira expressou hoje o orgulho sentido pela presença no pódio da Volta a França, onde subiu para celebrar o triunfo por equipas da Movistar, e reconheceu as dificuldades sentidas numa edição diferente, devido à covid-19.
“Faço um balanço bom, já que esta Volta a França era um pouco estranha, diferente de todas as outras, devido à pandemia que tivemos. Felizmente, parece que correu bem. Chegámos a Paris, era esse o objetivo”, declarou à agência Lusa, após ter subido, de máscara no rosto e na companhia dos seus companheiros, ao pódio final, nos Campos Elísios.
Na sua quinta presença na ‘Grande Boucle’, o único corredor português em prova terminou a geral individual na 55.ª posição, a mais de três horas do vencedor, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), e ajudou a formação espanhola a conquistar, pela quinta vez em seis anos, a classificação por equipas, diante da todo-poderosa Jumbo-Visma,
“É sempre uma honra saber que o nosso país está representado no pódio, embora seja de uma forma diferente, porque é uma classificação por equipas. Sei que outros portugueses já subiram ao pódio em anos anteriores, mas é sempre um motivo de orgulho estar lá em cima”, confessou à Lusa.
Estar no palco dos vencedores nos Campos Elísios é, segundo o ciclista de Vilarinho do Bairro (Anadia), de 31 anos, “algo difícil de descrever e, sendo a terceira vez, ainda mais especial é”.
“Principalmente para nós, gregários, que trabalhamos tanto para os líderes, é um prémio subir ao pódio. Por vezes, parece fácil ganhar isto, mas é muito difícil uma classificação por equipas no Tour. As pessoas pensam que as equipas não querem. Não, querem e muito, porque há equipas que não sobem ao pódio nem uma vez e nós temos tido essa sorte nos últimos anos e sinto-me bastante orgulhoso por mais uma vez estar lá em cima”, vincou.
Para Nelson Oliveira, o melhor da 107.ª edição, que começou em 29 de agosto, em Nice, e acabou hoje, em Paris, foi mesmo estar presente e ter chegado a Paris.
“Esse era o objetivo desde o início. A equipa também cumpriu com o seu, que era estar nos ’10 mais’, creio até que correu bastante melhor do que esperávamos [Enric Mas foi quinto], já que este tem sido um ano bastante difícil para a Movistar [tem apenas uma vitória na temporada]. Agora, o pior foi a pandemia”, apontou.
Considerando que esta Volta a França foi “realmente” muito dura, o melhor contrarrelogista português reconheceu que esperava “um bocadinho melhor” de si.
“Mas esta temporada, como disse, é bastante diferente e tivemos de nos adaptar a muita coisa e já levamos um ano muito cansativo psicologicamente”, completou.
*Fotografia atualizada a 22 de setembro de 2020. Por lapso a fotografia que acompanhava este artigo era de Rui Costa e não de Nélson Oliveira. A todos os leitores as nossas desculpas pelo erro.
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