A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou esta segunda-feira a dissolução da Comissão Independente, criada para analisar as acusações contra a entidade que apareciam no relatório da Agência norte-americana antidopagem (USADA) sobre Lance Armstrong.
Na base da decisão está a recusa tanto da USADA como da Agência Mundial Antidopagem (AMA) de colaborarem na investigação.
Em comunicado, a UCI recorda que a própria Comissão Independente tinha realçado que qualquer relatório elaborado sem a participação das duas agências antidoping seria rejeitado «por estar incompleto e não ser credível».
O presidente da UCI assumiu que, depois de consultar a AMA, a USADA e as partes interessadas relacionadas com a modalidade, optou por abrir um processo de «verdade e reconciliação», o melhor meio para «examinar a antiga cultura de dopagem no ciclismo» e «desenterrar tudo» de modo a que possam seguir em frente.
«No fim de semana passado, estive com John Fahey, presidente da AMA, e ele confirmou a sua vontade de colaborar com a UCI para por em funcionamento a Comissão Verdade e Reconciliação e frisou que não tem confiança na atual Comissão Independente», contou.
Por esse motivo, de acordo com Pat McQuaid, a UCI decidiu hoje que não pode financiar um processo cujos resultados seriam«“provavelmente» rejeitados pelos nomes do ciclismo e, consequentemente, optou por dissolver «com efeito imediato» a comissão.
A partir de agora, a federação velocipédica concentrará os seus esforços na Comissão Verdade e Reconciliação, à qual a Comissão Independente transmitirá na íntegra os resultados já apurados na sua investigação.
O processo da AMA, que culminou na desclassificação de Lance Armstrong de todos os resultados desportivos desde 1998, incluindo as sete vitórias na Volta a França, acusou a UCI de conivência com a dopagem sistemática do norte-americano, algo que o próprio negou quando assumiu o recurso ao doping numa entrevista a Oprah Winfrey.
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