A União Ciclista Internacional (UCI) lamentou hoje a decisão das agências mundial e norte-americana antidopagem de não participarem na comissão independente criada para estudar o papel da instituição no caso Armstrong.
Ambas as agências recusaram colaborar por entenderem que a independência da comissão não foi assegurada e pela opção da UCI de não oferecer imunidade aos ciclistas que optassem por confessar o recurso ao doping.
Para a entidade que tutela o ciclismo mundial, uma amnistia aos «batoteiros» constituiria «uma violação ao Código Mundial antidopagem» e teria «efeitos limitados» quando o Comité Olímpico Internacional (COI), as autoridades antidopagem nacionais, os patrocinadores e as autoridades penais abrissem processos contra atletas que reconhecessem ter-se dopado, como aconteceu no caso Armstrong.
«A Agência antidopagem norte-americana (USADA) aplicou sanções, em alguns casos reduzidas, a todos aqueles que assumiram ter-se dopado no decurso do inquérito», recordou a federação velocipédica, que se mostrou surpreendida pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) ter proposto uma «amnistia completa, sem período de suspensão e perda de resultados», além de um «apoio psicológico» financiado pela UCI.
Para a federação internacional, o papel da comissão «não é ser um confessionário de dopagem», mas sim investigar as acusações de presumíveis envolvimentos no sistema de doping montado por Lance Armstrong e pela equipa US Postal, desvendado pela investigação da USADA que culminou com a irradiação do norte-americano.
A comissão, que começará as audiências na próxima semana e deverá entregar o relatório final a 1 de junho, é constituída por três membros, a antiga campeã paralímpica britânica Tanni Grey-Thomson, o advogado australiano Malcolm Holmes e um antigo juiz do tribunal de recursos da Grã-Bretanha, Sir Philip Otton.
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