O português José Neves é o único ciclista da W52-FC Porto que vai alinhar na terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, prova que lidera, confirmou hoje à Lusa o diretor da corrida, Paulo Couto.

A organização foi notificada pelo colégio de comissários de que só Neves poderia alinhar no contrarrelógio de hoje, uma vez que os restantes ciclistas estão suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).

Além de Neves, estavam a competir no Grande Prémio Douro Internacional Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que ‘herdou’ a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também ‘dragão’ Raúl Alarcón.

Oito ciclistas e dois elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente na sexta-feira pela ADoP no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, confirmou à agência Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte indicou que estavam “notificados os ciclistas, o clube, a Federação Portuguesa de Ciclismo, a União Ciclista Internacional e a Agência Mundial Antidopagem”.

Os oito ciclistas, assim como os dois elementos do ‘staff’, estão suspensos preventivamente durante 120 dias, um período que pode ser prolongado “dada a complexidade do processo”.

Os 10 elementos da W52-FC Porto podem, no entanto, recorrer da suspensão, nomeadamente para o Tribunal Arbitral do Desporto.

No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.

A Ribeiro e Rodrigues foram então impostas as medidas de coação de proibição do exercício de funções como diretor desportivo e a obrigação de apresentações semanais às autoridades policiais, além da proibição de contactar os restantes arguidos.

“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal)”, detalhou a PJ, em 24 de abril.

A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”.

Além dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Samuel Caldeira, Daniel Mestre e Jorge Magalhães.

A equipa tencionava hoje alinhar com todos os ciclistas no contrarrelógio de 29,1 quilómetros, disputado em Resende.

Neves lidera a geral com 35 segundos de vantagem sobre André Cardoso (ABTF-Feirense), segundo classificado, e 01.13 minutos sobre Bruno Silva (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados).