O selecionador Luís Conceição e a jogadora Sara Ferreira lembraram hoje a importância dos detalhes, na véspera da final da segunda edição do campeonato da Europa de futsal feminino diante da Espanha, em Gondomar.
“As duas equipas já se conhecem tão bem e fazem tantos jogos entre si que, às vezes, é difícil surpreender em algum momento do jogo. Um erro ou uma distração de uma atleta quando não está focada é suficiente para o adversário aproveitar. Na nossa modalidade, sobretudo a este nível, não se pode oferecer nada ou a Espanha aproveita logo. Há que estar ligados do início ao fim e sempre focados no jogo para que os detalhes não façam a diferença contra nós”, notou o técnico, na conferência de imprensa de antevisão à final.
Portugal e Espanha vão reeditar às 18:00 o duelo decisivo da versão inaugural da prova, que foi favorável à ‘roja’ (0-4), em fevereiro de 2019, também no mesmo pavilhão, dois dias após terem vencido Hungria (6-0) e Ucrânia (9-0) nas meias-finais, respetivamente.
“A atitude competitiva é fundamental na nossa modalidade. Ser intenso e competir bem é muito importante, tal como desfrutar de uma final do campeonato da Europa. Depois, já olhámos um pouco para o jogo e a estratégia, que pode ser decisiva em determinados momentos. O treino de hoje foi orientado para aquilo que temos de fazer, de forma a nos superarmos e sermos mais fortes e felizes no embate de amanhã [domingo]”, partilhou.
Luís Conceição assumiu que a preparação consistiu apenas em “relembrar processos” e descartou que “haja algo a acrescentar” num final da temporada, fase que proporcionou “jogos muito intensos e competitivos” para a maioria das jogadoras lusas e espanholas.
“O nosso trabalho foi perceber como é que elas chegariam assim que se reunissem e adaptarmo-nos em função do seu estado. Há sensações diferentes depois da conclusão do campeonato, mas já estávamos a trabalhar no dia seguinte e tivemos de retirar o ‘chip’ do clube para meter o ‘chip’ da seleção. São coisas completamente diferentes”, referiu.
Durante os 15 minutos abertos à comunicação social, as 14 jogadoras da formação das ‘quinas’ evoluíram sem limitações no palco da partida decisiva, na presença de Jorge Braz, selecionador masculino e coordenador de todas as equipas portuguesas de futsal.
“O ‘mister’ Jorge Braz está nos estágios sempre que pode. Gosta de estar connosco e de nos acompanhar no dia a dia. Gostamos muito de ter ao pé de nós o melhor selecionador do mundo nos últimos três anos e uma referência do futsal mundial. Só temos de ficar satisfeitos e agradecer. É um prazer imenso e deixa-nos ainda mais motivados”, frisou.
Na mesma conferência de imprensa participou Sara Ferreira, que elegeu o “foco” como a “palavra de ordem” nas hostes lusas, aguardando por um “jogo equilibrado” e um “grande espetáculo de futsal”, diante de lotação esgotada no Pavilhão Multiusos de Gondomar.
“O fator casa é muito positivo. Estamos a contar com muita gente e é sempre bom jogar em casa. Tanto Espanha, como Portugal, estão mais maduros e confiantes. Evoluímos imenso e já revimos o que tínhamos de rever [da final de 2019]. É uma nova ‘era’ e uma nova competição, pelo que só pensamos neste duelo. Erguer o troféu? Já pensámos nisso, como toda a gente pensa, mas temos de mostrar dentro de campo que essa é a nossa meta. São 40 minutos e depois logo se vê”, resumiu a ala do Benfica, de 29 anos.
Portugal pode tornar-se o primeiro país a deter em simultâneo os títulos continentais de futsal masculino e feminino, depois de a equipa de Jorge Braz ter vencido o Europeu em 2018 (3-2 à Espanha, após prolongamento) e em fevereiro de 2022 (4-2 sobre a Rússia).
Antes da final do campeonato da Europa feminino, a Ucrânia, quarta colocada em 2019, defrontará a estreante Hungria, que foi repescada para substituir a Rússia, excluída por causa da invasão da Ucrânia, às 14:30, no embate de atribuição da medalha de bronze.
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