O português Bernardo Atilano, heptacampeão nacional e 138.º do ranking mundial de badminton, anunciou esta quarta-feira o fim da carreira internacional e que vai fazer "uma pausa" na modalidade.

“Só quero anunciar a minha decisão em terminar a minha carreira internacional e colocar uma pausa no badminton até me reconectar comigo novamente”, pode ler-se numa publicação divulgada nas redes sociais.

Apesar desta pausa, manterá os compromissos com os clubes que representa, o CHE Lagoense, em Portugal, e o Huelva, em Espanha, numa altura em que está a recuperar de lesão, e quer estar presente nos Internacionais de Portugal, em março, tendo também ranking para representar o país nos Campeonatos da Europa de singulares.

Atilano, de 27 anos, ficou perto da qualificação olímpica para Tóquio2020 e nos últimos tempos perseguia o apuramento para Paris2024, citando agora “erros e coisas mal feitas por algumas pessoas”, sem especificar, como estando na base da decisão, “a mais difícil” que já tomou.

As últimas competições, destacou, serão os Internacionais de Portugal, de 06 a 10 de março no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha, para os quais está convocado, e o campeonato da Europa de singulares, em Saarbrücken, Alemanha, de 08 a 14 de abril e com qualificação por ranking garantida pela posição que ocupa atualmente.

“Aqueles que me conhecem de verdade (e não aqueles que acham que conhecem) sabem quanto de mim eu dei a este objetivo pessoal e coletivo, quanta dor, suor, lágrimas, trabalho árduo e resiliência eu pus nos últimos 10 anos da minha vida”, acrescentou o jogador.

As “limitações e dificuldades criadas pelas pessoas que deveriam ajudar” fazem-no agora abandonar o projeto, saindo por respeito por si próprio “a nível desportivo e enquanto ser humano”.

“Desde há oito anos que tenho andado a mudar de países e cidades para ter melhores condições de treino, viajei o mundo inteiro sozinho em praticamente todas as competições, desde há sete ando a sair do conforto da minha família todas as semanas para ir treinar com o meu treinador e tantas mais coisas”, elencou.

Na hora da pausa, deixa agradecimentos ao Comité Olímpico de Portugal, treinadores, patrocinadores e jogadores com quem se cruzou, mostrando-se orgulhoso do caminho trilhado.

Além de vários resultados de relevo em torneios internacionais, sagrou-se campeão de Portugal de singulares masculinos de forma ininterrupta entre 2017 e 2023, entre outros títulos de pares.

No ranking mundial, tem como melhor posição o 80.º posto, em 2023, um posicionamento histórico para a modalidade em Portugal.