Humildade e espírito de sacrifício são dos principais ingredientes que fazem de Fernando Pimenta um "atleta excecional", aos olhos de quem melhor o conhece, a namorada, igualmente canoísta internacional.

"É a sua humildade e maneira de ser. Um espírito de sacrifício ímpar e a responsabilidade que impõe nas suas coisas. E, claro, muito trabalho, pois sem isso nada se consegue", disse à Lusa Joana Marinho Sousa.

Os "namorados de sempre" cresceram juntos no Clube Náutico de Ponte de Lima num amor igualmente "incondicional" com a canoagem, "apesar de todas as limitações que as exigências competitivas" implicam numa vida a dois.

"É preciso ter alguém que também goste da modalidade e entenda os sacrifícios que é preciso fazer", sublinhou Joana Marinho Sousa, aludindo aos mais de 200 dias em estágio do campeão do mundo em K1 1.000 e 5.000 metros.

No pouco tempo disponível para estarem juntos, há mais regras a cumprir: "São muitas horas de treino. A nível de alimentação é também muito limitativo. Afeta a qualidade de vida de qualquer pessoa. E já nem falo da parte de diversão, como, por exemplo, sair à noite".

Joana Marinho Sousa assegurou que aprendeu a "sofrer e celebrar à distância" os êxitos de Fernando Pimenta, um "hábito" que preferia que fosse diferente – a canoísta já representou a seleção na pista e nas maratonas, contudo poucas vezes se encontraram em provas internacionais.

O vice-campeão olímpico em Londres2012, em K2 1.000 com Emanuel Silva, sonha com o ouro em Tóquio2020, objetivo que a companheira disse acreditar na sua concretização.

"Passo a passo, haveremos de chegar lá. É o sonho de qualquer atleta de elite. Ele já é medalhado olímpico, mas agora quer ser campeão e vai continuar a trabalhar para isso. Não tenho dúvidas de que vai chegar lá. Já demonstrou que tem capacidades para isso e, com trabalho, tudo se consegue", concluiu.

Nos Mundiais de canoagem de velocidade, disputados em Montemor-o-Velho, Fernando Pimenta conquistou os títulos em K1 1.000 e K1 5.000 metros.