Uma associação quer ver incluído no património da UNESCO o circuito do Grande Prémio de Macau, evento citadino que celebra este ano a 66.ª edição e atravessa vários edifícios classificados no território, disse à Lusa o presidente daquela associação.

“O circuito só por si já tem uma valia histórica, de prestígio mundial”, afirmou à Lusa José Estorninho, presidente da Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau.

O facto de o evento celebrar a sua 66.ª edição, sendo “o primeiro evento do género da Ásia” e que “não teve qualquer interrupção”, são só por si razões suficientes para que o Circuito da Guia tenha este reconhecimento, frisou.

“O Grande Prémio de Macau tem um estatuto que não existe aqui na Ásia”, mesmo o de Singapura, “apesar de terem Fórmula 1, não têm o mesmo conhecimento que em Macau”, considerou o presidente daquela associação.

Além do valor histórico, “há também um ‘background’ histórico ao longo do circuito em termos de património e edifícios classificados”, recordando os monumentos emblemáticos da antiga região administrada por Portugal como o Farol da Guia, o primeiro farol da Ásia, o Quartel Geral, entre outros.

“Tudo isto pode ajudar a que o circuito venha a ser reconhecido”, considerou.

Em termos económicos, defendeu José Estorninho, o território pode vir a ganhar com este reconhecimento, já que o número de turistas iria aumentar.

“É um valor acrescentado”, afirmou.

No final de setembro, José Estorninho disse ter estado reunido com o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, e que neste encontro foi reforçado o apoio do Governo local à proposta feita do Circuito da Guia a Património da Humanidade.

De forma a ser concretizado este desejo ainda há muitas etapas a serem ultrapassadas, avisou José Estorninho. “É um processo que vai demorar algum tempo”, afirmou.

A apreciação terá de passar por Pequim “uma vez que Macau pertence à República Popular da China”, lembrou.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Associação irá organizar na terceira semana de outubro uma exposição coletiva, precedido de uma palestra e de uma exposição individual sobre o icónico circuito da Guia.

O 66.º Grande Prémio de Macau, que se realiza entre 14 e 17 de novembro, tem um orçamento de 270 milhões de patacas (cerca de 30 milhões de euros), para um programa com seis corridas: o Grande Prémio de Macau de F3, a Taça GT, a Corrida da Guia, o 53.º Grande Prémio de Motos, a Taça de Carros de Turismo e a Taça GT-Corrida da Grande Baía.

Disputado no icónico traçado citadino de 6,12 quilómetros, o Grande Prémio é o maior evento desportivo de Macau e a prova é considerada uma das mais perigosas do mundo.

Em 2018, mais de 83.000 pessoas assistiram aos quatro dias do 65.º Grande Prémio de Macau, marcado pela vitória do piloto de F3 Daniel Ticktum e pelo acidente aparatoso de Sophia Flörsch, no último dia do evento, tendo sido submetida a uma cirurgia de fusão à coluna vertebral.

No Circuito da Guia, a alemã, de apenas 17 anos, despistou-se e embateu no carro do japonês Sho Tsuboi, ultrapassando os ‘rails’ de proteção na abordagem à curva do Hotel Lisboa.

Em 2017, a competição de motos ficou marcada pela morte do piloto britânico Daniel Hegarty (Honda), aos 31 anos, numa prova que não registava fatalidades desde 2012.

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