O combustível na edição 2020 do Rali Dakar, prova de todo-o-terreno, na Arábia Saudita, vai ser gratuito para todos os pilotos e os amadores terão um ‘joker’, que permite regressar à corrida, caso não terminem uma etapa.
Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, num evento de divulgação do novo Dakar, o diretor de serviços dos pilotos e participantes da prova explicou que as equipas terão “de graça” o combustível, durante as 12 etapas.
“É uma das grandes novidades da próxima edição. O combustível será de graça para todos os competidores. No caso dos veículos de assistência, já não será assim. Mesmo assim, esta medida tem um grande impacto no orçamento da corrida, não só a nível da organização, mas também nas equipas. Resulta do contrato que foi assinado com as autoridades da Arábia Saudita”, explicou Charles Cuypers.
O ex-piloto francês, de 52 anos, revelou também que os pilotos amadores, que representam normalmente 30% da lista final, vão ter uma “preciosa ajuda” durante a competição.
“Vão ter um ‘joker’, que poderão usar apenas uma vez e que permite continuar em corrida, mesmo que tenham algum problema mecânico, que os obrigue a abandonar. Mas, na segunda vez, já serão obrigados a desistir”, disse.
Cuypers adiantou ainda que, pela última vez, os ‘road books’ serão em papel, devendo passar a digital a partir de 2021.
Esta será a primeira edição do Dakar no Médio Oriente, depois da organização ter assinado um contrato de cinco anos com Arábia Saudita, com o objetivo de expandir a prova nesse território.
“O plano é, nesses cincos anos, fazer passar o rali por outros países, com a Jordânia, Omã e até o Egito. É toda uma nova experiência para nós, um mundo totalmente desconhecido. Estamos a descobrir o país. Tem muitas dunas, muita areia, mas também zonas de montanha e trilhos rápidos”, referiu.
Charles Cuypers destacou também que o Dakar será o primeiro evento em que pessoas com visto de turista poderão andar livremente na Arábia Saudita e desvalorizou as altas temperaturas no país.
“Na altura da prova, deverão estar entre 15 a 20 graus, algo normal e a que estamos habituais. Nesse momento, estão cerca de 50 e isso tem dificultado um bocado o trabalho da nossa equipa de reconhecimento, que está a estudar os troços”, revelou.
O trajeto final será anunciado em meados de novembro, com 12 etapas que deverão somar perto de 9.000 quilómetros. A prova começa em Jidá e termina em Al Qiddiya, conhecida como a “cidade do futuro” e que ainda está a ser construída.
A prova foi criada em 1978 sob a designação Paris-Dakar, disputada entre as capitais francesa e senegalesa, e teve várias alterações ao longo do tempo, como a partida de Lisboa em 2006 e 2007, antes de se mudar para a América do Sul, por razões de segurança, relacionadas com o fenómeno do terrorismo, que levaram ao cancelamento da edição de 2008.
De 2009 a 2018, a corrida disputou-se na Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Paraguai e, em 2019, decorreu pela primeira vez apenas num país, com todas as 10 etapas (ao invés de 14) a decorrerem em solo peruano.
*Artigo originalmente publicado a 17 de junho de 2019
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