Este artigo tem mais de 10 anos
O piloto luso teve mais dificuldades no segundo dia de prova.
Bernardo Sousa (Ford Fiesta RRC) foi o piloto português em maior destaque hoje no Rali de Portugal, pelo segundo lugar entre os WRC2 no primeiro troço do dia, pelos problemas mecânicos e pela posterior recuperação.
O piloto português começou a segunda etapa com um segundo lugar entre os WRC2 (categoria secundária do Mundial de Ralis), a apenas três décimos de segundo do mais rápido na classe, Jari Ketomaa (Ford Fiesta R5).
Mas na prova especial classificativa 9, a longa especial de 31,9 quilómetros de Santana da Serra, a transmissão do Ford Fiesta de Sousa falhou, obrigando-o a concluir o troço só com tração dianteira.
“No primeiro troço [SS8 Santa Clara] entrámos bem. No segundo [SS9 Santana da Serra] tivemos uma transmissão que se partiu a meio do troço e acabámos por perder bastante tempo", afirmou Bernardo Sousa.
Só com tração à frente a partir do 10.º quilómetro do troço de Santana da Serra, Bernardo Sousa acabou por perder 1.47,6 minutos para Ketomaa. Mas a 10.ª classificativa foi interrompida devido ao acidente do estónio Ott Tanak (Ford Fiesta WRC), pelo que todos os pilotos que iam passar após o despiste ficaram com o tempo do último piloto a passar em condições normais.
"Felizmente, o último [troço da manhã, SS10 Malhão 1] foi anulado, por isso agora é reparar o carro e continuar em prova, rodar e esperar pelos azares dos outros", disse Bernardo Sousa, que teria de enfrentar 22,15 quilómetros só com tração à frente e perder, assim, bastante tempo para os seus perseguidores.
Na parte da tarde, para a repetição dos troços, Bernardo Sousa voltou a entrar bem - quarto mais rápido nos WRC2, a 4,2 segundos do líder -, mas os problemas mecânicos voltaram.
"A partir de metade do segundo troço [PEC12] o turbo começou com falhas, depois deixou de funcionar e fiquei com um motor 1600cc normal, o que era um bocadinho lento [risos]. E depois do nada começou a trabalhar, não com as performances corretas, mas depois desligava-se, andava ali a 'jogar' comigo", contou o português no parque de assistência, no Estádio do Algarve.
Mesmo assim, com um carro com o turbo a ligar e desligar, Bernardo Sousa chegou ao final da etapa com pouco mais de um minuto e meio para o quarto classificado na categoria, o que não lhe dá para acreditar numa recuperação.
"É difícil. Estamos a um minuto. O quarto e o terceiro lugar estão ambos muito perto. Amanhã [domingo] só temos 50 quilómetros [de troço cronometrado] por isso teria de ganhar dois segundos por quilómetro e isso é uma diferença muito grande. Em condições normais seria pouco provável chegar à frente, mas também era pouco provável eu ter os azares que tive. Vamos esperar para ver o que acontece", sublinhou Bernardo Sousa, que estava afastado do Mundial de Ralis desde 2011.
Agora, até final, o objetivo é manter o quinto lugar, ganhar quilómetros e aprender com o carro.
À frente na categoria WRC2 segue o qatari Nasser Al-Attiyah (Ford), seguido do finlandês Ketomaa (também ele com problemas na direção assistida), a 1.12,2 minutos.
Comentários