Hamilton, que partiu para a 21.ª e última prova do campeonato com 12 pontos de atraso relativamente ao colega de equipa na Mercedes, obteve uma das vitórias mais amargas da carreira, ficando a escassos cinco pontos de juntar mais um título aos que já conquistou em 2008, 2014 e 2015.

Aos 31 anos, Rosberg tornou-se o 33.º campeão mundial da categoria rainha do desporto automóvel e o terceiro alemão, num total de 12 títulos conquistados por pilotos germânicos apenas nos últimos 23 anos - mais de metade -, sete pela mão de Michael Schumacher e quatro pela de Sebastian Vettel.

Rosberg apenas precisava de terminar no pódio para suceder ao pai, o finlandês Keke Rosberg, campeão mundial de F1 em 1982, independentemente do resultado de Hamilton, e o alemão manteve-se sempre no controlo das operações, mesmo quando Hamilton tentou uma manobra a roçar o desespero.

O britânico, que tinha partido da ‘pole position’, desobedeceu reiteradamente às ordens da equipa para acelerar na fase final da prova e, pelo contrário, reduziu a velocidade, mas mantendo-se sempre a salvo de uma ultrapassagem de Rosberg, que deitaria tudo a perder.

A estratégia do campeão cessante tinha como objetivo permitir a aproximação de Vettel (Ferrari) e do holandês Max Verstappen (Red Bull) e colocar Rosberg sob pressão, mas o alemão nunca esteve em risco, graças também à superioridade do Mercedes, que já tinha assegurado o título de construtores com grande antecedência.

“Estou muito orgulhoso por ter conseguido a reeditar o feito do meu pai”, confessou Rosberg, que se tornou o segundo filho de um campeão mundial de F1 a seguir os passos do pai, depois do britânico Damon Hill, filho do bicampeão Graham Hill (1962 e 1968), em 1996.

Rosberg cruzou a meta a 439 milésimos de Hamilton, que chegou ao 53.º triunfo da carreira e ao 10.º neste ano, ainda que tenha poucas razões para o festejar, enquanto Vettel completou o pódio, depois de ter terminado a 843 do vencedor.

“Com aqueles dois rapazes [Vettel e Verstappen] a aproximarem-se de mim, tenho de admitir que o fim da corrida não foi o mais agradável”, observou o piloto da Mercedes, que consegue finalmente chegar ao título, depois de ter terminado no segundo lugar do campeonato em 2014 e 2015, atrás de Hamilton.

O britânico Jenson Button, campeão mundial em 2009, não teve a despedida da F1 que desejaria, aos 36 anos, tendo de abandonar a corrida disputada no circuito Yas Marina à passagem da 13.ª volta, devido a problemas de direção no McLaren-Honda.

RPC // JP