A Federação Internacional de Natação (FINA) anunciou hoje que irá rever os regulamentos atuais que impedem a intervenção de salva-vidas sem um sinal do árbitro, depois do incidente com a nadadora norte-americana Anita Álvarez, nos Mundiais de Budapeste.
Em comunicado, a FINA revelou que os salva-vidas contratados para trabalhar em campeonatos mundiais de natação só podem entrar em ação após autorização dos árbitros, razão pela qual a treinadora de Anita Álvarez, a espanhola Andrea Fuentes, foi mais rápida do que socorristas.
O incidente ocorreu na quarta-feira no Mundial de Budapeste, quando a nadadora norte-americana Anita Álvarez, de 25 anos, desmaiou no final do seu exercício a solo de natação artística e foi resgatada do fundo da piscina pela sua treinadora Andrea Fuentes.
“Naquele momento não pensei, apenas disse a mim mesma que tinha que chegar lá o mais rápido possível, trazê-la à superfície e fazê-la respirar", explicou à EFE Andrea Fuentes, que na altura do incidente procurou alertar, sem sucesso, os salva-vidas.
A treinadora foi a primeira a chegar à inanimada nadadora, para a perplexidade inicial dos salva-vidas, que finalmente ajudaram a treinadora espanhola a tirar Anita Álvarez da água. A rápida intervenção de Fuentes impediu que o incidente fosse algo mais do que um susto.
“Agora que penso nisso, é normal, porque eles [os salva-vidas] não conhecem esta modalidade como eu e também não nadam tão rápido quanto eu, então é normal que eles não tivessem reagido”, explicou.
O papel de Andrea Fuentes, que lidera a equipa de natação artística norte-americana desde 2018, não terminou na água, já que a espanhola contribuiu ativamente para que a sua aluna recuperasse a consciência assim que saiu da piscina.
"Tentei acordá-la de todas as formas, com gritos, com bofetadas e depois, com a equipa médica, fizemos uma manobra que consiste em apertar muito forte a unha do dedo mindinho, porque é um ponto que ativa a adrenalina e foi assim que ela acordou”, disse a técnica.
De acordo com o regulamento da FINA, os salva-vidas só podem saltar para a piscina depois de receber um sinal do corpo de árbitros, para evitar interrupções dos programas de competição em caso de possível mal-entendido.
Esta não foi a primeira vez que Anita Álvarez desmaiou numa piscina, já que o mesmo aconteceu com a nadadora em Barcelona, no ano passado, nas eliminatórias olímpicas, lembra o jornal digital Telex.
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