A Liga Europeia de Natação (LEN) decidiu proibir atletas e equipas russas e bielorrussas nos seus eventos, até novo aviso, em resposta à invasão da Ucrânia, foi hoje anunciado pelo organismo.
Em comunicado, a LEN “condena veementemente as ações do governo russo apoiado pela Bielorrússia” e considera a invasão da Ucrânia “um ato de guerra, que destruiu a vida dos cidadãos ucranianos e é totalmente contra o espírito do desporto”.
A decisão da LEN vem ao encontro das recomendações do Comité Olímpico Internacional (COI) e visa superar as condições práticas relacionadas com as decisões tomadas pelos vários países, bem como proteger a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os atletas.
A LEN está empenhada em continuar o seu trabalho com a Federação Internacional de Natação (FINA), órgão que tutela a modalidade a nível mundial, para “implementar as medidas e as posições que defende” na “esperança de um futuro melhor”.
Além disso, a LEN apoiará uma iniciativa humanitária concreta das federações de natação, artística e mergulho da Croácia, para receber atletas ucranianos e familiares como refugiados.
Este projeto, que é apoiado pela FINA e pelo Ministério do Desporto da Croácia, permitirá que os atletas ucranianos continuem a treinar e a representar o seu país em eventos internacionais.
A LEN adianta ainda que não será realizada ou atribuída à Rússia ou à Bielorrússia qualquer competição nos seus territórios, até novo aviso.
A FINA decidiu na terça-feira retirar ao presidente russo, Vladimir Putin, a Ordem que lhe atribuiu em 2014 e anunciou que os nadadores daquele país e da Bielorrússia só poderão competir como neutros, sem símbolos, bandeiras ou hinos, em resposta à invasão da Ucrânia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia – uma das quais provenientes da Bielorrússia -, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
Comentários