Numa prova de Distância Longa rijamente disputada, Olav Lundanes e Simone Niggli foram os grandes vencedores.
Arrancou há 15 dias com o Norte Alentejano O' Meeting, prosseguiu no período do Carnaval com o Portugal O' Meeting e vai terminar agora com o XIV Meeting de Orientação do Centro. É o grande ciclo de provas internacionais de Orientação que se aproxima rapidamente do seu final e que, no conjunto dos três eventos, colocou em competição mais de três milhares e meio de participantes. Último vértice deste triângulo, o XIV Meeting de Orientação do Centro – WRE 2013 chamou ao litoral centro do país, um milhar de atletas, metade dos quais estrangeiros.
E foram precisamente os estrangeiros que, sem surpresa, dominaram por inteiro a prova de Distância Longa WRE, pontuável para o ranking mundial da modalidade. Uma prova na distância de 18,3 km no escalão de Elite Masculina e de 11,4 km na Elite Feminina e que se desenrolou em plena Mata Nacional do Urso.
Extraordinariamente desafiante do ponto de vista técnico, o terreno apelou fortemente à capacidade física dos participantes, não apenas pela distância inerente a cada percurso, como também pela enorme intervenção que a floresta tem sofrido nos últimos dias e que alterou, ainda que numa parte reduzida do mapa, os elementos cartográficos relacionados com os trilhos e a vegetação.
Modalidade fértil em imponderáveis, a Orientação, aqui a pôr uma vez mais «os nervos em franja» a alguns participantes menos avisados e a constituir uma dor de cabeça acrescida para a organização, da responsabilidade do Clube de Orientação do Centro.
Lundanes em grande
Na Super-Elite Masculina, a luta esteve particularmente acesa pela primeira posição. No final a vitória sorriu ao norueguês Olav Lundanes (Halden SK), com o tempo de 1:29:24, apenas 26 segundos à frente do número 1 do ranking mundial, o suiço Matthias Kyburz (Swiss O'Team). Leonid Novikov (Belgorod Spartak), Tero Föhr (Individual FIN) e Hannu Airila (Kalevan Rasti) estiveram igualmente em excelente plano, terminando nas posições imediatas a 40, 1:25 e 1:30 de Lundanes, respetivamente. Refira-se que foram estes cinco atletas os únicos a correr abaixo dos 5 minutos ao quilómetro, em termos de média.
Superada a inoportuna lesão que o obrigou a doze dias de paragem, Olav Lundanes não escondia no final a sua satisfação: «O joelho recuperou muito bem, muito mais depressa do que estava à espera. Recomecei a treinar há três dias e correu muito bem.»
A propósito da sua prova, o norueguês referiu: «O terreno era muito bom e o mapa também. É verdade que foi um azar haver uma parte da floresta cortada, mas até ao primeiro 'loop' foi perfeito. A partir daí era preciso ter alguma flexibilidade na leitura do mapa para perceber o que é cortado e o que não é. Mas as curvas de nível estavam extraordinariamente desenhadas e era necessário usá-las, portanto...» A terminar, uma palavra sobre o resto da temporada: «O próximo grande objetivo é o Nordic Tour, mas para já continuamos com os Campos de Treino e é nisso que tenho de me concentrar.»
Niggli demolidora
Sem surpresas, Simone Niggli (Swiss O' Team) foi a grande vencedora no escalão de Elite Feminina. A melhor orientista de sempre mostrou-se uma vez mais em excelente plano e concluiu o seu percurso com um registo de 1:06:26, deixando atrás de si a dinamarquesa Ida Bobach (OK PAN), que gastou mais 3:16. Eva Jurenikova (Halden SK), Catherine Taylor (GB O'Team) e Svetlana Mironova (Hellas) fecharam o pódio por esta ordem com tempos de 1:10:14, 1:13:28 e 1:14:18, respetivamente.
«Estou muito satisfeita com a minha prova de hoje», começou por dizer Simone Niggli, acrescentando: «Foi uma prova praticamente limpa e senti-me muito bem fisicamente, depois duma semana intensa de treino. A prova foi bastante exigente e, apesar duma parte do mapa mais suja, gostei bastante». Após um período de dez dias em Portugal, Simone Niggli não escondia o seu contentamento: «Tivemos bom tempo e também terrenos muto bons, mas agora é tempo de regressar a casa para o pé da família. Nesta altura da época, penso que Portugal é o melhor lugar para fazer Orientação. Temos aqui bons mapas e terrenos, competições muito bem organizadas e é esta a principal razão da minha escolha por Portugal.»
Tiago Aires e Maria Sá, os melhores portugueses
Entre os atletas portugueses, Tiago Aires (GafanhOri) e Maria Sá (GD4C) foram hoje os mais fortes. Tiago Aires cumpriu o seu percurso em 1:40:48, tendo concluído no 21º lugar. Quanto a Maria Sá, gastou 1:38:10 a que correspondeu a 34ª posição. Destaque para as vitórias de Luís Silva (ADFA), no escalão M20, Dinis Lopes (CAOS) em M10 e Tomás Lima (OriMarão) em M12, os únicos portugueses a vencer nos escalões de competição. Confirmando a excelente campanha no nosso país, o brasileiro Gilmar Steffler (Individual) foi o grande vencedor no escalão M40.
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