A terceira edição do Porto City Race, uma competição de orientação pedestre, trouxe hoje ao Parque da Cidade do Porto mais de 700 atletas de 12 países, que munidos de mapas e bússolas, tentaram encontrar os seus caminhos.
A competição vai na sua segunda etapa, depois da prova noturna realizada na sexta-feira no centro histórico do Porto e consiste numa "prova de estafeta, uma prova de ‘score' (pontuação) e um percurso informal para aqueles que estão a dar os primeiros passos na modalidade, com acompanhamento de monitores", disse à Lusa Fernando Costa, diretor da prova.
As corridas de orientação aliam o esforço físico ao mental, na medida em que "é o atleta que descobre o caminho", explicou Fernando Costa, que considera a atividade "um desporto inteligente em que o atleta é que vê qual é a melhor opção, para além de que o obriga a tomar decisões constantes, a pensar rápido e à leitura e interpretação de um mapa bastante específico."
"É um desporto completo", frisou o diretor da prova que foi hoje pontuável para a classificação nacional de estafetas e que termina este domingo, contando para os ‘rankings' do circuito nacional urbano e para o circuito europeu.
Segundo Fernando Costa, "a orientação é dos desportos mais antigos do mundo e consiste em descobrir e fazer um percurso dado num mapa no menor espaço de tempo", sendo que em cada percurso "há uma série de postos de controlo que estão assinalados num mapa e que estão representados no terreno por uma base eletrónica e os atletas têm de interpretar esse mapa, descobrir esses pontos e fazer o percurso".
Joel Pereira, residente no Porto, estava prestes a estrear-se na prova informal de orientação com o filho de dez meses quando admitiu à Lusa que não esperava ver tamanha adesão ao evento.
"Vim para ver como é, na desportiva e na brincadeira", explicou, considerando "engraçado que tenha tanta gente" e garantindo que a corrida será algo que deverá repetir nos próximos anos.
"Vamos repetir na próxima edição e aí o meu filho já vai a pé", disse, enquanto Steven Kimberly, natural de Cauldon, "praticamente no centro de Inglaterra", terminava a sua prova de pontuação.
Para Steven Kimberly de 55 anos, que pratica a modalidade há 30, o gozo deste desporto passa por poder ultrapassar atletas mais novos.
"Gosto de poder ganhar a pessoas que correm mais depressa do que eu, só porque consigo orientar-me melhor", revelou, explicando ainda que parte do que o cativou para as provas que pratica "quase todas as semanas" foi o facto de constituírem um "desafio tão mental quanto físico".
Segundo Steven Kimberly, as provas são "particularmente difíceis, porque é preciso correr depressa, mas não ao ponto de cometer erros, ou calcular mal o número de pontos, porque nesse caso não importa o quão rápido se é, fica-se sempre atrás até de corredores mais lentos."
"A prática das corridas de orientação nasceu no meio militar, na Escandinávia, e até à II Guerra Mundial esteve restrito aos países nórdicos", contou Fernando Costa, referindo que "a partir daí disseminou-se por todo o mundo e agora estão cerca de 80 países filiados na Federação Internacional de Orientação que tem sede na Finlândia", sendo que em Portugal a federação conta já com 24 anos a promover e organizar o desporto.
O Porto City Race está integrado na Liga Europeia City Race Euro Tour, que este ano arrancou em Londres, a 21 de Setembro, e para Edimburgo, Escócia, culminando em Barcelona, a 01 e 02 de novembro.
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