O plantel do Técnico apelou hoje para uma rápida resolução do processo “doloroso” que resultou na despromoção do clube ao último escalão competitivo nacional de râguebi, do qual dizem ser uma parte “prejudicada”.
A desclassificação do campeonato de 2021/22 e despromoção ao terceiro escalão, aplicadas pela Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), foram esta semana anuladas pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), aumentando a incerteza sobre o futuro do clube e dos campeonatos nacionais.
“Esperemos que este processo termine o mais rapidamente, com honestidade e lealdade, para que cada um dos jogadores possa voltar a fazer aquilo que mais gosta: jogar râguebi”, apelaram os jogadores em comunicado enviado à agência Lusa.
Os ‘engenheiros’ dizem ainda ser “parte integrante, interessada e prejudicada” do processo “por motivos que transbordam os desportivos” e frisam que não podem “deixar de expressar” a sua posição.
“O plantel do Técnico repudia todas as tentativas de divisão dos jogadores, tanto seniores como dos escalões de formação, adeptos e pais, através das mais diversas manobras de desinformação, manipulação e aliciamento”, destacam os ‘engenheiros’.
Por isso, o plantel “reafirma o seu compromisso com o clube e a sua unidade em torno da resolução dos problemas que o afetam hoje, parte deles provocada deliberadamente por este processo”.
Os ‘engenheiros’ solidarizam-se também “com todos os jogadores do CDUP”, colocados numa “situação de incerteza quanto à sua participação no campeonato principal”.
A equipa do Porto, despromovida ao segundo escalão, tinha sido ‘repescada’ para a Divisão de Honra, para ocupar o lugar do Técnico, antes de o TAD anular as decisões da FPR.
O comunicado descreve o ponto de vista dos jogadores sobre o processo, que teve início numa “punição extemporânea” de cinco jogos de interdição ao campo das Olaias, após um jogo com o Belenenses, e teve o seu “ponto alto” em Évora, onde os ‘engenheiros’ receberam o CDUL devido ao impedimento do seu campo.
O CDUL jogou esse encontro, em 23 de março, sob protesto, por alegada utilização irregular de nove jogadores por parte dos, então, ainda campeões nacionais.
Em 20 de abril, o Conselho de Disciplina da FPR considerou procedente um protesto do CDUL que alegava que o Técnico tinha utilizado nove jogadores de forma irregular no encontro entre as duas equipas, em 23 de março, infringindo o artigo 37.º, n.º 1 a) do Regulamento de Disciplina.
Dez dias depois, em 30 de abril, a direção da FPR decidiu aplicar a decisão do CD, após receber um recurso do Técnico, desclassificando os campeões nacionais e despromovendo-os ao último escalão competitivo português.
O Técnico recorreu, então, para o Conselho de Justiça da FPR, que, em 06 de maio, considerou improcedente o recurso, num despacho em que revelava, ainda, que os 'engenheiros' teriam já recorrido da decisão também junto do TAD.
Na quinta-feira, de acordo com informação avançada pelo Técnico, o TAD anulou as decisões da direção da FPR e do seu Conselho de Disciplina, mas o organismo que superintende a modalidade em Portugal anunciou, no mesmo dia, que “deverá recorrer” para as instâncias superiores.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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