A assembleia geral (AG) da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) aprovou hoje uma proposta de reintegração do Técnico na Divisão de Honra, mas que condiciona a readmissão à retirada de todos os processos movidos pelo clube em tribunal.
A proposta apresentada pela direção da FPR foi aprovada “com 60 votos a favor e apenas um contra”, adiantou à Lusa o presidente, Carlos Amado da Silva, e pressupõe ainda o pagamento de apenas “metade das custas” processuais ao clube de Lisboa.
“Foi uma reprovação, quase por unanimidade, do comportamento do Técnico por parte de todo o râguebi nacional. Espero que depois de verem a posição de toda a gente reconsiderem a sua posição e aceitem a nossa proposta, que passou a ser a proposta de todo o râguebi português”, disse Carlos Amado da Silva.
Contactado pela Lusa, o presidente do Técnico considerou que “os clubes aprovaram a reintegração do Técnico quase por unanimidade, mas estão a seguir uma diretiva da direção da FPR” que determina uma indemnização de “apenas cerca de 75 mil euros”.
“Ficamos gratos porque a maioria dos clubes apoiam de boa-fé a nossa reintegração, mas precisam de saber que há regras. Vamos aguardar pela ata da reunião e pela posição da direção da FPR, pois é a ela que compete cumprir as decisões tomadas pelos tribunais”, afirmou Pedro Lucas.
Em abril de 2022, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os 'engenheiros' ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em agosto desse ano, as decisões da direção e do CD da FPR, que recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS).
Em fevereiro, o TCAS rejeitou o recurso da FPR relativamente à decisão do TAD e negou as alegações da FPR sobre a incompetência do TAD para decidir sobre a questão.
Em 11 de outubro de 2023, o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL) julgou procedentes os pedidos do Técnico para ser reintegrado na Divisão de Honra do campeonato português e para ser ressarcido pela desclassificação em 2021/22.
O TACL notificou, ainda, o Técnico e a Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) para "no prazo de 20 dias acordarem o montante da indemnização devida pela inexecução" da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), de agosto de 2022, que determinava que o Técnico pudesse concluir a Divisão de Honra de 2021/22 e disputar a competição na época de 2022/23.
No dia 31 de outubro a direção da FPR solicitou à mesa de AG do organismo a marcação de uma reunião extraordinária para apreciar uma proposta de reintegração do Técnico na Divisão de Honra em 2023/24 e “apreciar e deliberar sobre possível apoio ao Clube de Rugby do Técnico" após o término de todos os litígios entre as duas partes nos vários tribunais.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro edições da Taça de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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